SÃO PAULO, SP – O grupo radical Estado Islâmico (EI) impôs censura prévia a todas as informações que sejam enviadas desde as zonas que controla na província síria de Deir ez Zor, na fronteira com o Iraque, afirmou nesta sexta-feira (31) o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Segundo a ONG, os extremistas se reuniram na quinta (31) à noite com os ativistas que operam na zona e informaram sobre suas normas.
Os ativistas que informarem no terreno devem reconhecer e jurar lealdade ao califado (Estado islâmico), proclamado no final de junho pela organização radical na Síria e Iraque.
Outra das instruções é que deixem de trabalhar para canais de televisão, embora seja permitido enviar fotografias e notícias às agências de notícias.
Em qualquer caso, todas as fotos, notas escritas e material televisivo que saírem da zona deverão obter primeiro a aprovação do escritório de informação do EI.
Nos últimos dias, este grupo impôs restrições à vestimenta das mulheres e proibiu a venda de tabaco em Deir ez Zor, cujo território controlam em grande parte, menos algumas áreas em mãos das autoridades sírias.
Na quinta, os radicais fecharam um canal local de televisão por satélite na capital homônima da província e levaram toda sua equipe.
Enquanto isso, na província vizinha de Al Hasaka, o Exército, apoiado pelas Forças de Defesa Nacional –milícias civis pró-governo–, conseguiu avançar frente aos radicais.
Organizações de mídia internacionais têm pouca presença na Síria e dependem de ativistas e outras fontes para fornecer informações sobre o que está acontecendo no país.
O EI, que luta contra grupos rebeldes rivais e as forças do governo na Síria, tem a sua própria atividade midiática, distribuída em mídias sociais e fóruns de militantes de internet.