SÃO PAULO, SP – A seleção de futebol de Seychelles não tentará mais se classificar para a Copa Africana de Nações de 2015 porque cancelou um jogo das eliminatórias marcado para o próximo sábado, em casa, contra o time Serra Leoa, cuja população sofre com um surto do vírus ebola. As autoridades de migração da ilha proibiram a delegação leonesa de viajar ao país para o duelo por causa da situação de emergencial que os seichelenses enfrentam.

“Tomamos a decisão de desistir da partida. Não colocamos a culpa na federação de futebol de Serra Leoa, tomamos essa decisão aconselhados pelo nosso ministro da Saúde. Também recebemos uma carta da imigração, que nos comunicou que não permitiria que o time deles viesse ao país para o jogo”, disse o presidente da federação de futebol de Seychelles, Elvis Chetty, à BBC.

Seychelles jamais conseguiu vaga para participar de Mundiais e Copas Africanas. Serra Leoa disputou o torneio continental apenas em 1994 e 1996.

A Libéria, um dos países mais afetados pela epidemia, suspendeu temporariamente todas as atividades do futebol no país para evitar mais contágio entre seus habitantes. Premiado pela Fifa como melhor jogador do mundo de 1995, o ex-atacante George Weah, ex-Milan e PSG, se juntou à campanha nacional pela prevenção contra o vírus. Guiné e Costa do Marfim também tentam conter o avanço do ebola na África Ocidental.

“Esse surto está se movendo mais rapidamente do que os nossos esforços para controlá-lo. Se a situação continuar a piorar, as consequências podem ser catastróficas em termos de perda de vidas, mas também severas perturbações socioeconômicas e alto risco de disseminação para outros países”, afirmou a chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, nesta sexta-feira (1º), em reunião com presidentes das nações afetadas pela doença.

O atual surto de ebola “é, de longe, o maior das quatro décadas de história desta doença”, avaliou. A epidemia deixou até o momento 729 mortos, de acordo com o último balanço da OMS divulgado nesta quinta (31).