MÁRCIO FALCÃO
SÃO PAULO, SP – Considerada uma das principais imagens das eleições em São Paulo até agora, a foto do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), candidato à reeleição para um quarto mandato, carregando nos ombros o candidato ao governo paulista pelo PT, Alexandre Padilha, circulou no Facebook como publicidade paga.
A prática é vedada pela Justiça Eleitoral, que proíbe a “veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga”. A divulgação da cena, que ocorreu nesta semana durante caminhada em Carapicuíba, na Grande São Paulo, teria custado cerca de R$200, segundo Suplicy. O senador disse que a peça foi bancada por um aliado e negou envolvimento com a ação.
A foto promocional acabou retirada do ar após o senador identificar que foi publicada pela ferramenta de promoção de postagens, que é um serviço pago para usuários aumentarem a audiência de suas postagens. A peça chegou a ser vista por mais de 6 mil usuários, registrando mais de 1.000 compartilhamentos.
Suplicy não quis identificar o aliado, mas negou ter envolvimento com a divulgação. “Eu fui surpreendido. Foi uma pessoa que gosta muito de mim, voluntária, que fez, mas que se soubesse que era proibido não teria feito. Fez para impulsionar. Eu determinei a exclusão da postagem assim que fiquei sabendo. Já está resolvido”, disse o senador.
O petista começou a utilizar o Facebook em fevereiro. Até o início da tarde desta sexta-feira (1º), ele reúne 143 mil seguidores. O congressista afirmou que costuma cuidar pessoalmente de sua página e realiza três postagens por dia.
Aos 73 anos, Suplicy aguentou Padilha, que pesa quase 90 kg, por mais de um minuto nos ombros, chamando todas as atenções durante a caminhada.
DUELO VIRTUAL
No mês passado, o juiz Marcelo Coutinho Gordo, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, determinou que o Facebook informe a identidade de quem contratou publicidade paga ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) na rede social e qual o valor gasto. A decisão é liminar (provisória).
A ação foi enviada pela coligação do candidato do PMDB ao governo estadual, Paulo Skaf. Segundo a acusação, o governador, que tenta a reeleição, tentou inflar o número de seguidores de sua página no Facebook com pagamento de publicidade na rede, o que seria uma violação à lei da propaganda eleitoral.