A presidente e candidata a reeleição, Dilma Rousseff (PT) prepara seu primeiro ato de campanha no Paraná, no próximo sábado, na Boca Maldita, em Curitiba, enfrentando o desafio de compatibilizar os interesses de seus dois principais apoiadores no Estado – a candidata do PT ao governo, senadora Gleisi Hoffmann, e o candidato do PMDB ao mesmo cargo, senador Roberto Requião. O ato – programado para ser realizado simultaneamente nas principais cidades do País – não terá a presença de Dilma, mas pretende reunir os candidatos de todos os partidos que apoiam a reeleição da petista. Até agora, porém, nem Gleisi nem Requião confirmaram se participarão do evento no centro da Capital. Além disso, dissidentes do PMDB e de outros partidos que integram a base de Dilma no Estado mas apoiam a reeleição do governador Beto Richa (PSDB) também dificilmente devem comparecer. 

A caminhada em Curitiba será no calçadão da Rua XV de Novembro, a partir da Praça Santos Andrade, e a concentração está marcada para às 10 horas, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O deputado federal Doutor Rosinha (PT) é o responsável pela organização do comitê suprapartidário para tentar unir os dissidentes dos partidos da aliança nacional em favor de Dilma.
A presença mais esperada por Rosinha é a do senador Requião. Fiz o convite (a Gleisi e Requião), mas ainda não tivemos confirmação de nenhum dos dois – a minha ideia é levar a militância dos partidos da coligação nacional – é lógico que quando conversamos com cada partido, eles têm suas dificuldades porque a coligação nacional não é a mesma local, afirma.
A assessoria do senador Requião afirma que o evento de apoio à Dilma ainda não está na agenda do final de semana, mas que o candidato apoia a presidente porque ela mantém as políticas sociais do Lula, têm garantido o reajuste do salário mínimo e se identifica com essa parte, mas faz críticas à política econômica. A vice de Requião, Rosane Ferreira (PV), tem candidato próprio na majoritária nacional, o presidenciável Eduardo Jorge (PV).
Engajado – Rosinha não descarta a presença de todos os partidos citados, mas até agora o mais presente é o PDT. O PDT participou das duas reuniões que eu convoquei, da suprapartidária, e tinham representantes do PCdoB, PRB, PP, na primeira tinha do PSD, e alguns dirigentes e filiados estão sempre presentes, explica. O secretário estadual do PDT, Adalberto Gren afirma que o partido não tem problemas em apoiar Dilma como determina a resolução da Executiva Nacional, que orienta os filiados a respeitar as convenções. O PDT tem rivalidades pontuais com o PT e que são analisadas caso a caso, recua. Em Cascavel, no oeste, o deputado estadual Professor Lemos (PT) entrou com quatro representações contra o prefeito Edgar Bueno (PDT) depois que ambos concorreram nas últimas eleições. Bueno chegou a ser cassado e passou três dias fora da prefeitura por causa das medidas. O deputado estadual André Bueno (PDT) é o filho dele, e, consequentemente, também tem problemas com Lemos, afirma. Em Umuarama, também na região oeste, o prefeito Moacir Silva também tem embates eleitorais e judiciais com Wilson Simões (PT). Para esses membros podem ser abertas exceções, (apesar da resolução nacional) e foi dado a eles a faculdade, pondera. Celso Silva (PDT), por exemplo, de Bandeirantes, coordena a campanha de Beto Richa na região norte.

Alinhamento

PP e PROS também são dúvida
Se há dúvidas sobre PT e do PMDB, a situação fica ainda mais delicada quando se trata de outros partidos que integram oficialmente a base de Dilma Rousseff no Estado. É o caso, por exemplo, do PP e do PROs, partidos do casal Ricardo Barros (PP) e Cida Borghetti (Pros). No Paraná, Barros é candidato a deputado federal e Cida Borguetti é candidata à vice na campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB). O casal não participou da caminhada que recepcionou o presidenciável Aécio Neves (PSDB), no último sábado, em Curitiba. Rosinha disse que marcou uma conversa para falar com Cida. A conversa não se concretizou porque tivemos um imprevisto, mas devemos falar até o sábado, conta.
As assessorias de Barros e Cida garantem que não existe determinação nacional dos partidos e o casal não compareceu à recepção de Aécio em função de compromissos marcados anteriormente.