Como diz o filósofo Mário Sergio Cortella, O mundo que vamos deixar para os nossos filhos depende muito dos filhos que vamos deixar para esse mundo. Acima de tudo, um pai é um grande líder. E ele tem que ser um exemplo através das suas ações.

Um pai deve tratar seus filhos como clientes. E clientes esperam algo da gente. Não podemos decepcioná-los. Os líderes, sejam eles pais ou líderes de empresas, são fundamentais para a formação das pessoas. Há muitas atitudes que motivam as pessoas; líderes com brilho nos olhos contagiam. Eles fazem com que as pessoas os sigam – e não apenas para cumprir ordens.

Se um líder quer que seus colaboradores suem a camisa e superem as expectativas, ele deve estar ali, junto da equipe, dando motivos para que as pessoas continuem. Eu diria mais. Quando um colaborador vê a empolgação do líder, não há como não se apaixonar e querer dar o melhor de si. Quando um líder está empenhado, trabalhando até tarde com a equipe, defendendo ideias, faz com que cada um tenha vontade de dar tudo de si.
Transparência, reconhecimento, acolhimento, ambiente harmonioso, facilidade de acesso ao trabalho, benefícios, salário compatível com as atividades e possibilidade de crescer são aspectos que pesam na balança de todo colaborador. E esse líder tem que ser o mesmo dentro e fora da empresa. Afinal, seus filhos são seus liderados. O líder tem de ser, acima de tudo, um grande exemplo e um verdadeiro herói para as pessoas que estão à sua volta.

Certo dia, fui ao cinema com meu filho, Leonardo, que, na época, tinha acabado de completar quatro anos. Ao chegar à bilheteria, pedi dois ingressos. O bilheteiro olhou para meu filho e me perguntou: Quantos anos tem o seu filho? Respondi: Quatro anos. O bilheteiro, querendo ser bonzinho, disse que se eu tivesse falado que o meu filho tinha 3 anos, eu não precisaria pagar ingresso para ele. Por alguns segundos olhei para o bilheteiro, olhei para meu filho, respirei fundo e disse: Se eu falasse, na frente do meu filho, que ele tinha 3 anos, eu estaria mentindo na frente dele. E esse não é um valor que quero que meu filho aprenda comigo.

Há duas possibilidades nessa história, caso eu tivesse mentido na frente do Leonardo. A primeira e mais provável era o meu filho virar para mim e dizer: Não, papai! Eu já tenho 4 anos – nesse caso, eu ficaria com cara de mentiroso. A segunda possibilidade e a mais perigosa seria meu filho não falar nada, entender que o pai dele, que é seu grande herói, mentiu para levar vantagem. E se o pai dele fez isso, ele poderia fazer e não haveria nenhum problema. É bem provável que os 15 reais que eu economizaria naquele ingresso, eu pagaria muito mais caro no futuro.

Não são apenas as crianças que aprendem com os exemplos. Uma maçã podre sempre será capaz de estragar um cesto de maçãs boas se não for removida, ou aqui, tratada. Um líder desmotivado e relapso com sua equipe será capaz de tirar a vontade até do mais animado dos colaboradores, ou pelo menos fazê-lo buscar oportunidade em outro lugar, onde haja razão para trabalhar duro.

Se você quer que seus colaboradores sigam os valores de sua organização, seja o primeiro a adotá-los como mandamentos, como diretrizes de suas ações. Portanto, o estilo de vida aqui proposto deve começar por você. Pessoas acreditam mais no que veem do que naquilo que lhes é dito. Uma fofoca pode se espalhar com rapidez, mas se você constrói uma reputação, se tem valores e credibilidade, as pessoas acreditarão primeiro em você, ou pelo menos, o ouvirão. Ter credibilidade com sua equipe é fundamental para que ela o siga, o respeite e acredite em suas ideias. Pronto para essa grande revolução?

Alexandre Slivnik é autor do livro bestseller “O Poder da Atitude” (Editora Gente, 2012)