O estado do Paraná foi uma das principais portas de entrada terrestre dos estrangeiros que vieram ao Brasil para a Copa do Mundo. Conforme os dados da pesquisa do Ministério do Turismo, feita em parceria como a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), durante o período da competição, pelo menos 15,4 % dos visitantes internacionais entraram no Brasil por fronteira terrestre, entre eles os argentinos e chilenos.

Parte dos estrangeiros que deram entrada no Brasil por fronteira terrestre chegaram por Foz do Iguaçu, no extremo oeste do Paraná. Entre os visitantes que entraram por fronteiras terrestre, metade fez a viagem por carro próprio (52,9%), outros 24,2% vieram através de linhas regulares de ônibus, e ainda outros 10,3% em ônibus urbanos locais. Os viajantes também usaram vans, ônibus de turismo, taxi, motos e motorhomes.

Os estrangeiros que visitaram o Brasil durante o Mundial, citaram 479 cidades brasileiras além das 12 cidades-sedes da competição, que somam um total de 491. O Paraná, por exemplo, teve um total de 33 municípios citados, o que confirma a intenção dos visitantes de fazer turismo adicional e em média cada um visitou pelo menos três municípios em sua viagem. O principal meio de hospedagem dos estrangeiros foram hotéis, flat ou posadas, com 48,2% das preferências, seguido pela casa de amigos e parentes, com 18%, e imóveis alugados, com 16%.

A pesquisa do MTur mostra ainda que os estrangeiros da Copa ficaram em média 15,7 dias no país, o que representa 55,5% a mais que a permanência média do turista internacional que vêm ao país, e que os mesmos gastaram em torno de US$ 2.099, cerca de US$ 134 per capita diário. O valor representa o dobro do gasto habitual dos estrangeiros no país. A pesquisa do MTur/Fipe foi realizada nos 12 aeroportos internacionais e 10 fronteiras terrestres e foram ouvidos cerca de 10.513 visitantes.

Curitiba, que realizou quatro jogos do Mundial foi a cidade paranaense que mais recebeu estrangeiros com 7,5 % dos visitantes internacionais e foi a 11ª cidade mais visitada no país. A primeira foi o Rio de Janeiro e a segunda São Paulo. Logo atrás de Curitiba está a cidade de Foz do Iguaçu, em 12º lugar, que perdeu em visitação apenas para as cidades-sedes da Copa, com exceção de Manaus, com menos visitantes do que Foz. Outras cidades paranaenses citadas pelos estrangeiros foram Paranaguá, Cascavel, Londrina e Maringá, entre outras.

O Parque Nacional do Iguaçu, onde estão as Cataratas do Iguaçu, e ainda, a maior usina hidrelétrica do mundo, a Itaipu Binacional, que tem a maior geração de energia do planeta, são dois dos atrativos que chamam a atenção dos turistas estrangeiros e brasileiros. Um levantamento da administração do parque que mostra que o lugar recebeu representantes de 30 dos 32 países que disputaram o Mundial – e que mais de 18 mil estrangeiros estiveram no local no período de 1º a 17 de junho.

Em relação a avaliação dos estrangeiros sobre a infraestrutura da Curitiba, o índice de satisfação ficou acima de 90% em itens como segurança pública, serviço de taxi e transporte. Já itens como hospitalidade, diversão noturna, gastronomia e restaurantes também receberam citações positivas acima de 92%. Pelo menos 95% dos estrangeiros disseram que tem intenção de retornar ao Brasil.

Sob o ponto de vista do turista doméstico, o Ministério do Turismo e a Fundação Getúlio Vargas também analisaram a movimentação dos brasileiros pelo país. O Paraná foi o quinto estado que mais emitiu viajantes para outros estados durante o Mundial. Foram ao todo 165.694 mil pessoas sendo que 130.641 se enquadram no perfil de turista, por pernoitarem no local de destino, e outros 35.053 no perfil de excursionistas, que viajaram para assistir aos jogos e retornaram ao local de origem no mesmo dia.

Os turistas nacionais também fizeram uma avalição da infraestrutura turística do país, com destaque para o atendimento e a receptividade, com 90,5% positiva e 70,3% para limpeza. A pesquisa revela ainda que os brasileiros são mais críticos que os estrangeiros na sua avalição. Os estádios foram aprovados por 92% dos brasileiros e 98,2% dos estrangeiros.