O presidente do Paraná Clube, Rubens Bohlen, falou ontem sobre a situação financeira do clube e sobre o ultimato dos jogadores, que ameaçam uma paralisação na quarta-feira caso não recebam os salários atrasados. Segundo o dirigente, os bloqueios de receitas determinados pela Justiça estão dificultando a situação.
Muitas situações estão ocorrendo dentro do clube. No passado, penhoravam bens. Mas a partir do momento que você penhora valores, você inviabiliza o clube. Tivemos recentemente a penhora de valores que seriam para pagar salários do jogadores. Sofremos esse bloqueio, declarou Bohlen. Ele não explicou, porém, quais receitas foram bloqueadas e quais processos judiciais estão relacionados. Oportunamente darei mais detalhes, afirmou.
Bohlen não garantiu que conseguirá pagar os salários atrasados até quarta-feira, prazo estipulado pelos jogadores. Desde domingo estamos tentando solucionar, disse. Estamos tentando negociar algumas situações, tentando adiantamento de valores para o clube, afirmou.
O dirigente também não deu detalhes sobre quais negociações está buscando. Especula-se que o clube trabalha em três frentes. A primeira é tentar vender partes de direitos econômicos de jogadores, principalmente as revelações das categorias de base. Estamos trabalhando com essa linha. Mas a pressa nossa é diferente da dos investidores interessados em nossos atletas, admitiu Bohlen.
Outras duas possibilidades buscadas pelo clube são a busca de patrocínios e a antecipação de cotas de televisionamento das competições de 2015. A cota do Campeonato Paranaense é de cerca de R$ 1,5 milhão. Na Série B, o valor foi R$ 3 milhões em 2014. No entanto, nos bastidores, há forte movimentação dos clubes para aumentar significativamente essa quantia.
A folha salarial de todo o Paraná Clube – incluindo social, futebol e administrativo – seria de R$ 900 mil mensais. O clube não confirma essa informação.
Na terça-feira, os jogadores do Paraná questionaram a ausência de dirigentes no dia a dia do futebol. Ontem, Bohlen explicou. Não estivemos presentes porque estamos nos reunindo em busca de soluções. Cada aqui está com uma missão específica. Por isso, não estávamos presentes. Ontem (terça-feira) estávamos em São Paulo, buscando aporte financeiro para o clube, afirmou.
Sobre o ultimato dos atletas, o presidente reagiu com tranquilidade. A postura deles é legítima. Felizmente vivemos numa democracia. O momento é difícil. Entendemos a situação deles e dos funcionários, comentou. O Paraná não é o único. Veja a situação crítica do Botafogo. Outros estão nessa situação, disse.
Bohlen aproveitou também para pedir ajuda de torcedores. Muitos paranistas têm condições de ajudar o clube. Essas pessoas têm que tomar uma atitude. Muitos paranistas precisam tomar uma atitude para ajudar o clube, declarou.

Na Vila

Escalação
O zagueiro Alisson foi poupado do treino de ontem. O mesmo já havia ocorrido na terça-feira. Ele levou uma pancada no jogo de sábado. A comissão técnica acredita, porém, que ele estará recuperado para o jogo de amanhã, contra o Atlético-GO, no Serra Dourada. Caso não tenha condições, será substituído por Anderson Rosa, que cumpriu suspensão na última rodada. O atacante Giancarlo está suspenso por cartões amarelos. A vaga dele fica com Arthur.