Com a candidata do partido amargando um distante terceiro lugar na pesquisa Datafolha, o PT deixou de lado o figurino paz e amor e partiu para o ataque já no primeiro dia da propaganda eleitoral da televisão. A atitude revela o nível da preocupação do comando de campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT), já que tradicionalmente os partidos de maior expressão evitam esse tipo de comportamento no início dos programas, geralmente dedicados a apresentação dos candidatos. 

Quebrando essa tradição não escrita, mas consensual nos manuais do marketing político, já na estreia o PT de Gleisi aproveitou o horário dos candidatos a deputado federal para desferir ataques diretos ao governador e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB). Em quadros inseridos entre a fala dos candidatos, a propaganda petista abordou problemas do atual governo que foram objetos de reportagens da imprensa nos últimos meses, como o atraso no pagamento de fornecedores, a falta de combustíveis em viaturas da polícia, ou de ração para cães da Polícia Militar.
Em outro quadro, o partido ironizou as reclamações de Richa sobre uma suposta perseguição do governo federal pela não liberação de empréstimos ao Estado. Nele, um gerente de banco recusava crédito a um cliente alegando que ele teria um nível de endividamento muito alto.
Ao contrário do PT, as propagandas do PMDB de Roberto Requião se limitaram a apresentar os candidatos do partido, tendo como pano de fundo um mosaico com o rosto do senador. Na propaganda dos candidatos dos partidos coligados a Richa, a única referência ao tucano também era a imagem de fundo do candidato no cenário.
Pesquisa – A decisão pouco usual do PT de partir para o ataque já no início da campanha na TV é explicada pelo desempenho de Gleisi na primeira pesquisa Datafolha, divulgada na última sexta-feira. Nela, a senadora aparece em terceiro, com apenas 11% das intenções de voto, atrás de Richa, com 39% e 33% do senador Roberto Requião (PMDB). Com uma campanha curta, a ordem é não perder tempo.
A pesquisa, encomendada pela RPC TV e pelo jornal Folha de S. Paulo, foi realizada entre os dias 12 e 14 de agosto. Foram entrevistados 1.226 eleitores em 46 municípios do estado. O nível de confiança é de 95%. Isso significa que, se forem realizados 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro de três pontos prevista. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o número 00014/2014 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00358/2014.