Cerca de 50 integrantes da torcida organizada do Coritiba foram protestar contra o técnico Celso Roth no treino de ontem, pedindo a saída de Celso Roth. Não gosto desse tipo de ação, mas foi um número até pequeno de torcedores, perto da indignação que vi no estádio na derrota contra o Flamengo. Um chute em gol em 45 minutos em casa é pouco. Não foi Celso Roth quem pediu isto.

O foco do protesto eu discordo. Roth está tirando água de pedra. Eu já mostrei aqui nesta coluna os números do ataque coxa-branca fechados antes mesmo de Celso Roth chegar ao Coritiba. O problema está na contratação de jogadores e o calo que dói é na diretoria de futebol e logicamente, na presidência do clube. As contratações feitas pela gestão atual foram completamente equivocadas. Martinuccio não me deixa mentir. Ganhou mais uns dias para se recuperar para ver se agüenta jogar futebol, que é a sua profissão. Eh Laiá! O cara não fez exames médicos antes de assinar? E depois da chegada de Celso Roth, foram feitas apenas quatro contratações. Tem uma coisa errada na expulsão de Robinho. Uma CPI da expulsão deveria investigar porque um jogador com a experiência que ele tem, faz uma falta bobinha no meio do campo depois de ganhar um cartão amarelo 20 minutos antes. Na minha ótica tem caroço nesse angu. E justamente o cara que vai dar organização na meia com a saída de Alex pela contusão…
Desconfiado, o torcedor começa a duvidar da competência da diretoria do clube com razão. Ou você acha que outro técnico vai fazer Keirrison, Geraldo, Aquino e Júlio César desandarem a fazer gols? Se trocar o técnico, esse elenco será o mesmo e no máximo, vai escapar na última rodada de um rebaixamento, com sua fé e muitas orações.

No Atlético, o trabalho do técnico Doriva ainda não engrenou de vez, mas empatar fora de casa na Ilha do Retiro não foi de todo ruim. A zaga falhou e precisa de um puxão de orelhas, o meio campo ainda é laboratório, mas Doriva mostra preocupação e faz esquemas táticos que mostram ao torcedor que ele não é irredutível quanto a ouvir sugestões e fazer boas experiências.
Mudando de assunto, estamos próximos de ver de novo a Arena da Baixada cheia de torcedores. Que fique a lição ao presidente, aos diretores do clube, à torcida organizada e ao poder público, para que sejam feitas punições mais sérias. Foi a punição, além de três anos em obras, para que o torcedor pudesse ver de novo seu time em sua casa em jogos oficiais. Um castigo e tanto. O torcedor que promover brigas deveria ser banido dos estádios. Analise quanto dinheiro seu time deixou de arrecadar, quantas pressões no adversário você deixou de ajudar. Contra o Fluminense, você poderia fazer a diferença? Eu não tenho dúvidas que sim. Chega de passar a mão na cabeça de marginal que se traveste de torcida.

No Paraná Clube, este jogo de ontem foi data limite para que os jogadores não tomem atitudes drásticas. Demorou muito para que o presidente Rubens Bohlen fosse atrás de resolver esse impasse. A falta de urgência e a falta de maior comprometimento com o cara que trabalha no clube foi o que deixou os jogadores irritados. Às vezes ir ao treino só para dizer que não tem dinheiro é tão importante quanto arranjar dinheiro para pagar. Não aparecer para dar explicações, sumir, não atender ligações, não dar entrevistas para explicar ao torcedor irrita a todos e talvez esse seja o maior problema de um patrão, quando não tem dinheiro em caixa.

Mauro Mueller é apresentador do Show de Bola da Rede Massa, radialista e ator