SÃO PAULO, SP – Um vídeo apresentado pelo “Jornal da Globo” na madrugada desta quarta-feira (20) mostrou pela primeira vez a queda do avião que matou o candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB). O avião caiu na manhã de 13 de agosto, no bairro Boqueirão, na região central de Santos (litoral de São Paulo), matando o candidato e outras seis pessoas. As imagens mostram o avião caindo de bico em meio aos prédios seguido de um clarão de explosão, fumaça e fogo. Segundo o programa, as imagens foram feitas por câmeras de monitoramento de um prédio em construção, localizado a cerca de 500 metros do local do acidente. O horário que aparece nas imagens é 11h03, uma hora depois do horário divulgado pela Aeronáutica, o que dificultou a descoberta do vídeo. O avião Cessna Citation 560 XL, prefixo PR-AFA, voava do aeroporto Santos Dumont, no Rio, para a base aérea do Guarujá (SP). Campos teria três compromissos de campanha em Santos. Além do presidenciável, estavam a bordo os assessores Alexandre Severo (fotógrafo oficial da campanha), Marcelo Lyra (cinegrafista), Pedro Valadares (ex-deputado e assessor do candidato) e Carlos Percol (assessor de imprensa). Também morreram no acidente o piloto Marcos Martins e o copiloto da aeronave Geraldo da Cunha. AERONÁUTICA Segundo a Aeronáutica, a aeronave abortou o pouso (arremeteu) em razão do mau tempo. Ao fazer a volta para tentar novo pouso, contudo, perdeu altitude e caiu sobre um conjunto de casas e prédios residenciais baixos no bairro do Boqueirão. O tempo estava ruim no momento do acidente; havia chuva, vento e visibilidade baixa no aeroporto. Mas, segundo os registros meteorológicos da Aeronáutica, as condições permitiam o pouso de um avião como o Citation. Antes do acidente, o piloto do jato Citation disse com a voz calma à Base Aérea de Santos que faria uma nova tentativa de aterrissagem na pista local. A gravação, que registra conversa ocorrida por volta das 10h, foi divulgada na noite do dia 13 pelo site Radar Box Brasil, que monitora conversas entre aeronaves e tráfego aéreo. No trecho, o condutor do avião não se queixa de problemas no avião. Não está claro, porém, se esse foi o último contato com a base; como não há uma torre de controle no local, a comunicação se dá por rádio. ESPECIALISTAS ESTRANGEIROS Especialistas dos Estados Unidos e do Canadá foram enviados ao Brasil para participar da investigação da queda do avião que matou o presidenciável e outras seis pessoas. O grupo é formado por técnicos do National Transportation Safety Board (NTSB), principal autoridade norte-americana de investigação de acidentes, da Transportation Safety Board (TSB), órgão similar do Canadá, da Cessna Aircraft Company, fabricante do avião, da Pratt & Whitney, fabricante do motor, além da Federal Aviation Administration (FAA), agência de aviação civil americana. Segundo a Aeronáutica, a participação dos especialistas na investigação é normal e segue a convenção de Chicago, da Organização de Aviação Civil Internacional.