MATHEUS LEITÃO
BRASÍLIA, DF – Preso em 2010 acusado de atrapalhar o andamento de uma investigação, ex-governador José Roberto Arruda (PR), líder nas pesquisas eleitorais ao governo do Distrito Federal, começou o programa eleitoral afirmando que “vai tratar das acusações e mentiras no momento certo”.
Arruda afirmou que “amadureceu” e “mudou” nos últimos quatro anos. O ex-governador tenta voltar ao cargo após ter sido preso e renunciado ao mandato em 2010 no caso que ficou conhecido como mensalão do DEM. Na ocasião, vídeo dele recebendo dinheiro foi amplamente divulgado corroendo a imagem do político.
Pesquisa realizada pelo Datafolha no Distrito Federal mostra que Arruda tem 35% das intenções de voto. A seguir parecem empatados em segundo lugar Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB) com 19% e 13%, respectivamente. Considerando a margem de erro da pesquisa que é de quatro pontos percentuais para o total da amostra, Queiroz pode ter entre 15% e 23% e Rollemberg entre 9% e 17% dos votos.
“SOMBRIO”
O programa do atual governador, Agnelo Queiroz (PT), usou parte do tempo para atacar Arruda, com imagens e discursos de aliados no dia em que a candidatura do petista, que tenta a reeleição, foi oficializada. Nos discursos dos aliados, eles afirmam que o escândalo envolvendo Arruda foi “o maior vergonha pública” do DF e que ele deixou o “palácio do governo direto” para a cadeia.
O próprio Agnelo afirmou que que quer “impedir” que um capítulo “triste e sombrio” retorne, pedindo, sem citar o nome de Arruda, que o DF “enterre essa carreira” política. Cabo eleitoral mais importante do PT, o ex-presidente Lula apareceu em vídeo declarando apoio a Agnelo. No programa de Rollemberg, houve apenas homenagens ao ex-presidenciável do PSB Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo na semana passada.
IMPUGNAÇÃO
No início do mês, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Distrito Federal indeferiu o registro de candidatura de Arruda. A impugnação da candidatura foi proposta pelo Ministério Público Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.
A defesa de Arruda recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Enquanto o recurso não for julgado, ele poderá seguir com sua campanha normalmente.