SÃO PAULO, SP – Um médico americano que contraiu ebola ao tratar vítimas do vírus na Libéria recebeu alta nos Estados Unidos, segundo a instituição para a qual trabalha anunciou nesta quinta-feira (21). Kent Brantly, que foi transferido da Libéria para os EUA neste mês, foi tratado com a droga experimental ZMapp. Ele foi liberado do Emory University Hospital, em Atlanta, de acordo com um comunicado da entidade Samaritan’s Purse. Para que o paciente seja liberado, é necessário que dois testes de sangue realizados num período de dois dias não contenham o vírus. Outra americana infectada na Libéria também é tratada no hospital. Nancy Writebol está se recuperando, segundo informou seu marido. A OMS atualizou na quarta (20) o número de mortos pela epidemia de ebola na África para 1.350. A entidade divulgou que o número de casos confirmados chegou a 2.473, no maior surto da doença desde a descoberta do vírus, em 1976. TRATAMENTO EXPERIMENTAL Além de Brantly e Writebol, três médicos africanos recebem o tratamento com ZMapp e parecem se recuperar. O padre espanhol Miguel Pajares também recebeu o remédio experimental, mas acabou morrendo. Como ainda não há tratamento ou vacina para o ebola, a Organização Mundial da Saúde autorizou o uso de drogas experimentais como o ZMapp. Cientistas britânicos estimam que até 30 mil pessoas precisam do tratamento experimental contra a febre hemorrágica provocada pelo vírus do ebola, que atualmente se espalha por quatro países da África -Libéria, Serra Leoa, Guiné e Nigéria. Ao todo, 17 drogas contra o ebola e 12 vacinas estão em desenvolvimento em várias companhias e instituições, segundo a “BioWorld”, uma publicação da Thomson Reuters. Alguns foram definhando em estudos com animais e outros pré-clínicos por mais de uma década. Na semana passada, o governo do Canadá afirmou que vai doar de 800 a 1.000 doses de uma vacina do ebola desenvolvida por um laboratório governamento para a OMS, ainda que nunca testada em humanos. Outra vacina, da GlaxoSmithKline, aguarda aprovação da FDA (agência que regula alimentos e remédios nos EUA) para iniciar um estudo de segurança humana, possivelmente no próximo mês.