RANIER BRAGON E MARINA DIAS, ENVIADA ESPECIAL BRASÍLIA, DF – Aliados de Marina Silva afirmaram na manhã desta quinta-feira (21) que ficaram perplexos com as críticas à ex-senadora feitas pelo primeiro-secretário do PSB, Carlos Siqueira, que anunciou o rompimento e a saída da campanha. Siqueira era um dos dirigentes mais próximos a Eduardo Campos -que morreu em um acidente aéreo no dia 13- e era o coordenador-geral da campanha. Segundo relatos, após Marina afirmar em uma reunião interna que sua manutenção na função dependeria de uma indicação do PSB, ele reagiu aos gritos e, na manhã desta quinta anunciou sua saída da campanha afirmando que Marina o tratou com deselegância e grosseria. O coordenador-executivo da Rede, Bazileu Margarido, disse que as declarações contra Marina foram muito fortes, o que praticamente afasta as possibilidades de que haja uma mobilização para Siqueira voltar à função. Margarido é um dos principais aliados de Marina, que após o fracasso na montagem da Rede se filiou ao PSB. Porém, a posição não é unânime. De acordo com o ex-deputado Walter Feldman, indicado por Marina para ocupar o cargo de coordenador-adjunto da campanha após a morte de Campos, o PSB, a Rede e Marina ainda tentarão conversar com Siqueira para convencê-lo a voltar à campanha. “Estamos perplexos, foi um mal-entendido. Ele [Siqueira] tinha a expectativa de que a Marina o indicasse, mas a Marina apenas lembrou que essa indicação caberia ao PSB. A Marina vai tentar demovê-lo, o queremos como coordenador-geral, não há absolutamente nenhuma disputa de cargos na campanha”, afirmou Feldman. As cúpulas do PSB e da Rede estão reunidas em Brasília com os demais partidos aliados para oficializar o lançamento da candidatura de Marina, já aprovada pelo PSB na quarta-feira (20). Ao chegar à sede do partido, Siqueira disse que não voltará ao posto nem se Marina pedir. “Não tenho interesse. Estava na coordenação da campanha de uma pessoa do meu partido, que eu tinha respeito e confiança e agora essa fase terminou”, declarou. Siqueira encarou a indicação de Feldman para ser coordenador-adjunto da campanha como uma “demissão”. Marina também estaria na reunião com os partidos coligados, mas ainda não havia chegado até o meio-dia.