ALEX FRANCISCO
SÃO PAULO, SP – Desde que estreou nas novelas da Record, em 2009, a atriz Roberta Gualda tem encarado grandes desafios. O atual é dar vida à cozinheira Anastácia, da novela “Vitória” (Record), que vive um drama: é semianalfabeta e esconde isso dos colegas de trabalho. “Ela sabe escrever apenas o nome e alguns números. Gravei cenas em que ela demonstra se sentir inferior por causa disso”, conta a atriz. “Para ela é tão difícil encarar essa questão que a saída foi jogá-la para debaixo do tapete, ignorá-la”, complementa.
Segundo a atriz, a iniciativa de abordar o semianalfabetismo na novela deve refletir a realidade de milhares de brasileiros. “Não é à toa que a Cristianne Fridman [autora da novela] decidiu abordar esse tema. Infelizmente, ainda temos muitos analfabetos, e o sistema público de ensino do nosso país precisa de atenção”, diz. “São muitos os que deixam de estudar, por variados motivos, e há também aqueles que, realmente, não têm acesso a uma escola”, completa Roberta, referindo-se aos muitos casos que conheceu por conta do folhetim.
Mas Anastácia terá uma oportunidade de superar esse drama, nos próximos capítulos. A cozinheira contará com a ajuda de Cicinho (Pablo Mothé), um aluno da escola em que trabalha, que a ensinará a ler e a escrever. “Ele se sensibiliza com a situação dela. Mas ela pede para que seja às escondidas, pois ninguém pode desconfiar”, conta Roberta. O personagem Cicinho também encabeça outra questão social abordada na trama. Ele tem os estudos prejudicados por precisar trabalhar com o pai, Ednaldo (Raymundo de Souza), no haras Arminho.
Bons momentos ainda estão reservados para Anastácia. Ela deixa de brigar com o cozinheiro Bruno (Augusto Garcia), seu colega de trabalho, e passa a viver um romance com ele. “Ela e o Bruno estão apaixonados e deixam de discutir sobre a alimentação das crianças da escola. Para Anastácia, criança saudável é criança parruda”, comenta a atriz. “Junto desse grande amor, ela se sente segura e acaba se abrindo mais para a vida.”
Roberta comemora o fato de dar vida a personagens tão distintos em pouco tempo. Antes de “Vitória”, ela viveu a interesseira Dóris, dona de um visual exótico, em “Balacobaco” (Record, 2012-2013). “As mudanças são sempre bem-vindas. Papéis assim, tão diferentes, trazem novos desafios e aprendizado.”