TONI SCIARRETTA
SÃO PAULO, SP – O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, defendeu nesta sexta (22) que o Brasil formule uma política industrial focada na inovação e desenvolvimento de produtos avançados voltada para as exportações.
Como exemplo, ele citou o caso da indústria automobilística -que hoje é a terceira que mais investe em pesquisa e desenvolvimento no mundo nas áreas de eletrificação, combustíveis híbridos e do que chamou de “obsessão pela leveza”, o que está ligada diretamente à economia de combustíveis.
“Precisamos dar condições para que as subsidiárias brasileiras dessas multinacionais consigam trazer ao país o desenvolvimento de produtos e da engenharia dessa tecnologia”, disse.
Coutinho participou de seminário de 20 anos da Sobeet (Sociedade Brasileira de Empresas Transacionais e da Globalização Econômica) sobre a inserção do país nas cadeias de valor do comércio internacional.
“A exportação tem que ser componente estrutural da indústria”, completou. “Temos um problema de poupança interna e balanço de pagamentos. É um imperativo macroeconômico. interessa ao Brasil ganhar escala e elevar market share [participação de mercado] global”, disse.
Para o conselheiro do Banco Mundial Otaviano Canuto, o Brasil se manteve como um dos principais destinos de investimentos estrangeiros, apesar da fraqueza da economia.
Ele lembrou que o pais responde apenas por 12% das exportações mundiais, se configurando como um país relativamente fechado do ponto de vista do comércio internacional.
Canuto afirmou que hoje as barreiras comerciais são menos de tarifas e mais físicas, como as fitossanitárias.
Disse ainda que a competitividade da agroindústria brasileira depende também da qualidade de serviços associados a esses produtos.