SÃO PAULO, SP – Familiares, amigos e atletas vão fazer na manhã deste sábado (23) uma homenagem ao analista de sistemas Álvaro Teno, 67, que morreu no último sábado (16) ao ser atropelado no campus da USP (Universidade de São Paulo). Além dele, outras quatro pessoas foram atropeladas pelo pedreiro Luiz Antônio Conceição Machado, 43. O motorista está preso.
O filho da vítima, Adolfo Teno, diz que os familiares vão se concentrar às 8h em frente ao clube Paineiras, no Morumbi (zona oeste de SP), e depois vão seguir até a USP. Na praça do Relógio, atletas organizaram pelas redes sociais uma homenagem chamada de “Black Run – Respeito ao atleta de rua”, onde os participantes vão vestir roupas pretas em sinal de luto.
A ideia, diz Teno, é fazer uma oração no local, homenagear o pai e depois retornar para o clube Paineiras. Segundo ele, o evento organizado pelo Facebook não tem participação dos familiares. “Vamos apenas ir e voltar do Paineiras, que era onde o meu pai treinava, e rezar com o pessoal da Black Run na USP”, comenta o filho do corredor. Na tarde desta sexta-feira (22), mais de 3.000 pessoas haviam confirmado presença na página do evento feita no Facebook.
O atropelador foi transferido na segunda-feira (18) para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros.
Machado foi preso no mesmo dia do acidente, em flagrante, por homicídio culposo (sem intenção), lesão corporal culposa e embriaguez ao volante. No dia seguinte, a Justiça determinou a soltura de Machado mediante pagamento de fiança de R$ 55 mil.
Já na segunda-feira, a juíza aceitou os argumentos do Ministério Público de que há indícios de homicídio doloso (com intenção) e determinou a prisão por tempo indeterminado. Para a juíza, a descrição das testemunhas “causou alarde público e sofrimento às vítimas”.
Testemunhas relataram que Machado dirigia em alta velocidade -no entanto, somente a perícia indicará se ele estava acima do limite permitido. Segundo o delegado Mario Bortoleto Torina, porém, não são provas suficientes para comprovar o dolo.
“Precário seria imputar ao implicado (Machado) o delito na modalidade dolosa, haja vista, dentre outros entraves, ele ainda não quis se manifestar nos atos”, diz o delegado no boletim de ocorrência.
Para ele, o fato de a maioria das vítimas estar internada no dia do acidente e, por isso, impossibilitadas de prestar depoimento, também pesou para que ele não optasse pelo indiciamento por homicídio doloso.