DANILO VERPA E EDUARDO OHATA
SÃO PAULO, SP – Um clima extremamente reservado marcou o enterro do torcedor palmeirense Gilberto Torres Pereira, 31, que morreu na última quinta-feira (21).
Ele foi enterrado nesta sexta-feira (22), às 10h, no Cemitério da Paz, que fica localizado em uma área distante do centro, em Caieiras (SP).
Pereira sofreu graves ferimentos durante uma briga entre torcedores na manhã de domingo (17), que envolveu o vereador e membro da Gaviões da Fiel Raimundo Cesar Faustino, conhecido como Capá.
Fotógrafos e cinegrafistas foram impedidos de capturar imagens do enterro, e membros da organizada Mancha Alviverde informaram que ninguém iria se pronunciar.
No dia anterior, havia sido informado por uma pessoa que se identificou como advogado da família que o enterro aconteceria às 11h, “ou um pouco mais tarde”, e na cidade de Franco da Rocha. Foi, provavelmente, tática para evitar a presença da mídia.
Na manhã desta sexta (22), torcedores ficaram de guarda para impedir que a reportagem e um cinegrafista de TV se aproximassem do túmulo.
Eles informaram que iria “sujar para o lado” daqueles que produzissem imagens.
Após o enterro, um homem que rezou em frente ao túmulo interrompeu sua oração para pedir que a reportagem apagasse suas fotos. Ao ser questionado se era amigo do morto, sobre a família de Pereira e a profissão do torcedor palmeirense, o homem não respondeu.
O enterro fora acompanhado por um grupo de aproximadamente 40 a 50 pessoas, que chegou em um comboio formado por um ônibus e 15 carros. O enterro durou pouco mais de meia hora e ao final, Pereira foi homenageado com uma salva de palmas.
Segundo funcionários, apenas um torcedor estava com uma jaqueta da organizada Mancha Alviverde. Outros podiam ser identificados pelas roupas de cor verde.