SAMANTHA LIMA
RIO DE JANEIRO, RJ – A Petrobras informou, nesta sexta-feira (22), ter enviado ao TCU (Tribunal de Contas da União) toda documentação relacionada às doações de três imóveis feitas pela presidente da companhia, Graça Foster, para seus dois filhos.
Na última quarta-feira (20), o site do jornal “O Globo” divulgou que a executiva havia doado dois imóveis no Rio e um em Búzios a Flávia Silva Jacuá e Colin Foster, reservando para si o direito de usufruto, logo após o escândalo da compra da refinaria de Pasadena ter ganhado proporção, em março.
Segundo a Petrobras, o envio dos documentos foi feito na quinta-feira (21), “em antecipação a qualquer solicitação formal do TCU”. A nota informa que foi a Petrobras que enviou “voluntariamente àquele tribunal toda documentação comprobatória dos processos de doação” dos imóveis.
De acordo com a empresa, a documentação inclui avaliações de imóveis, certidões, tributos, elaborações de minutas e posterior formalização, além de registros dos imóveis.
As doações ocorreram entre 20 de março e 9 de abril. No dia 19 de março, veio a público a justificativa da presidente Dilma Rousseff para ter aprovado a compra da refinaria em 2006, quando era presidente do conselho da companhia. Dilma colocava a culpa em um parecer que classificou de “falho”, produzido, na época, pelo então diretor da área internacional Nestor Cerveró.
As doações tornaram-se públicas durante sessão do TCU que discutia se Graça deveria ser incluída no rol dos 11 executivos da empresa responsabilizados pelo tribunal pela compra da refinaria. Esses executivos tiveram a decretação de indisponibilidade de seus bens pelo TCU em 23 de julho mas, por um erro do tribunal, Graça não havia sido incluída na lista.
Na quarta-feira, a Petrobras emitiu nota em que refutava “veementemente” a suspeita de que as transferências feitas por Graça tivessem como objetivo burlar decisões do TCU. Segundo a empresa, as transferências começaram a ser planejadas em junho de 2013.
A investigação no TCU sobre Pasadena começou em março de 2013, conforme confirmou o tribunal.
Cerveró também confirmou, por meio do advogado Edson Ribeiro, ter doado três imóveis em Ipanema a filhos e neto, “no segundo trimestre”.