MARINA DIAS
SÃO PAULO, SP – A candidata do PSB ao Palácio do Planalto, Marina Silva, assumiu nesta sexta-feira (22) compromisso com o fim da reeleição e afirmou que o presidente da República “não deve ser tratado como propriedade de um partido”. “Farei um mandato de apenas quatro anos”, disse.
As declarações ocorrem em meio à crise que acomete a campanha da ex-senadora. Alguns integrantes do PSB estão insatisfeitos com a oficialização de sua candidatura porque acreditam que, se eleita, Marina não irá permanecer no partido após a criação da Rede.
A candidata já deixou claro que migrará para seu grupo político assim que este conseguir seu registro na Justiça Eleitoral.
“Não devemos tratar o presidente da República como propriedade de um partido. A sociedade está dizendo que quer se apropriar da política e as lideranças políticas têm que entender que o Estado não é um partido e que o governo não é o Estado”, declarou Marina após participar de reunião sobre seu programa de governo, em São Paulo.
Questionada sobre se estava comprometida a permanecer no PSB caso seja eleita em outubro, Marina foi evasiva. “Me comprometo a governar o Brasil”.
A candidata tentou minimizar as mudanças que aconteceram na coordenação de sua campanha nos últimos dois dias e afirmou que, assim como o PSB acolheu a Rede quando este não conseguiu registro, a Rede acolhe agora o partido de seu aliado Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em Santos (SP) na quarta-feira (13).
“Nós queremos que o PSB possa se estabilizar e seus líderes possam se reconectar. Agora não é hora de ficarmos cada um valorizando a parte. É hora de lutar pelo todo”.
CRISE NA COORDENAÇÃO
Primeiro-secretário do PSB, Carlos Siqueira deixou a coordenação-geral da campanha após um desentendimento com Marina na quarta-feira (20). Milton Coelho, coordenador de mobilização, também está fora.
Marina nomeou Walter Feldman para ser adjunto na coordenação-geral, e o PSB indicou a deputada Luiza Erundina para substituir Siqueira.
Bazileu Margarido, um dos aliados mais próximos a Marina, assumiu o controle do comitê financeiro ao lado de Márcio França, indicado pelo PSB. O deputado é candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) para o governo paulista e um dos principais opositores da ex-senadora dentro do partido.
Aliado de Campos, o economista Henrique Costa, então tesoureiro da campanha, continua por ora como colaborador para a arrecadação.
“A dinâmica da campanha vai continuar a mesma, até porque o PSB mantém a titularidade das coordenações. Eu não tenho governabilidade sobre aquilo que o PSB tem em relação aos postos que ocupa”, explicou a candidata.