Com 50 dos 54 deputados estaduais candidatos às eleições deste ano, a Assembleia Legislativa decidiu adotar uma semana de trabalho de dois dias. As sessões – que normalmente ocorrem às segundas, terças e quartas-feiras – serão restringidas aos dois primeiros dias da semana. E a sessão de quarta-feira, que já vinha sendo antecipada para o período da manhã, será realizada na terça.

A proposta foi apresentada por requerimento assinado pelo líder da bancada do governo, deputado Ademar Traiano (PSDB) e da oposição, deputado Elton Welter (PT). O presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB) – que nas eleições deste ano disputa uma cadeira na Câmara Federal – não quis dizer se esse esquema será implantado até a eleição de outubro. Vamos devagar. Semana que vem vamos ver como fica a situação, alegou o tucano, argumentando que o importante é que os projetos em pauta sejam votados.
Os trabalhos na Assembleia entraram em ritmo lento desde o início da campanha. Na segunda-feira da semana passada, os deputados fizeram uma sessão relâmpago de pouco mais de 20 minutos de duração. As sessões de terça e quarta-feira foram canceladas em luto pela morte do ex-deputado Edno Guimarães.
Nos bastidores da Casa, deputados já vinham defendendo que as sessões de votação fossem reduzidas a uma semana por mês até a eleição. A justificativa é que esse modelo de esforço concentrado já foi adotado pela Câmara Federal e pelo Congresso. Os próprios parlamentares admitem, porém, temer a repercussão negativa desse esquema de trabalho.
Até agora, o único deputado candidato às eleições deste ano que pediu licença do cargo é Ney Leprevost (PSD), que disputa a reeleição. Ele protocolou na semana passada o pedido abrindo mão do salário. Não quero correr risco de misturar trabalho de gabinete com compromissos eleitorais. Hoje a campanha começou de verdade, justificou.
O deputado também determinou que os servidores de seu gabinete que desejem integrar a campanha, antecipem suas férias ou sejam exonerados. Durante o período eleitoral, Leprevost também afirmou que não irá permitir o uso da verba de ressarcimento a que todos os gabinetes têm direito.
Os demais parlamentares seguem em campanha recebendo os salários de R$ 20 mil mensais independente das sessões de votação estarem ou não sendo realizadas. O mesmo acontece com as verbas de gabinete, que somam R$ 31,4 mil mensais por deputado.