O acordo que pôs fim a rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC) foi fechado às 14h30 desta segunda-feia, colocando fim ao motim que durou mais de 33 horas, conforme informações do juiz da Vara de Execuções Penais, Paulo Damas. Os detentos estavam rebelados desde às 6h30 de domingo, 24. Os dois agentes penitenciários tomados como reféns, no entanto, só foram liberados após a conclusão das remoções dos últimos presos por volta das 4 horas da madrugada desta terça-feira, 26.

De acordo com a Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Seju), cinco detentos foram mortos e pelo menos 25 ficaram feridos. Os dois agentes penitenciários, que eram mantidos reféns desde o início do motim, foram libertados. Eles estavam feridos e precisaram de atendimento médico, mas não correm risco de morte.

Até as 7h, a Seju informou que 851 detentos tinham sido transferidos da unidade. Desse total de transferências, 143 foram efetuadas no domingo e 708 foram entre a noite de segunda (25) e madrugada desta terça. A unidade prisional que tem capacidade para abrigar 1.116 condenados estava com 1.040 presos quando a rebelião começou.

As transferências chegaram a ser suspensas na noite de segunda por motivos de segurança, mas foram retomadas e concluídas durante a madrugada desta terça. A medida foi tomada devido a um acordo firmado entre os presos e o juiz da Vara de Execuções Penais, Paulo Damas, que intermediou as negociações.

Até as 6h, o Depen confirmou que dois dos detentos mortos pelos rebelados foram decapitados. Outros dois morreram após serem atirados de cima do telhado da unidade. Não há detalhes sobre a quinta morte.

Além das mortes, os presos também causaram danos em 80% da penitenciária, segundo o Depen. Das 24 alas da unidade, pelo menos 20 ficaram destruídas.

Segundo o Depen, entre as exigências dos rebelados estavam o relaxamento nas visitas, mais diálogo com a direção da unidade e refeições melhores. A rebelião teve início no momento em que o café da manhã era entregue aos detentos. O trinco de uma das grades estava serrado, o que permitiu aos presos puxarem o agente para dentro e iniciarem a rebelião. Ainda segundo o advogado, apenas dez agentes estavam de plantão no presídio que é ocupado por mais de mil presos.