SÃO PAULO, SP – O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, cobrou da presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, um pedido de “desculpas” aos brasileiros, pelo que ele chamou de “gestão temerária” da Petrobras. Durante o primeiro debate entre os presidenciáveis na TV, promovido pela Rede Bandeirantes na noite desta terça-feira (26), o tucano lembrou a recentes denúncias de irregularidades envolvendo a estatal e a crise que atinge a empresa. “A senhora conduziu a Petrobras a mão de ferro, como presidente e como ministra de Minas e Energia. A nossa maior empresa perdeu metade do seu valor de mercado apenas nos últimos sete anos. Ocupa mais as páginas de escândalos dos jornais do que as páginas de economia. A senhora não quer aproveitar esse tempo para pedir desculpas ao povo brasileiro?”, questionou o tucano. Séria, porém calma, Dilma disse que a pergunta de Aécio foi “leviana”, e exaltou o crescimento da estatal sob a gestão do ex-presidente Lula (PT) e ao longo de seu primeiro mandato. “Acho que o senhor desconhece a Petrobras. Hoje é a maior empresa da América Latina. Passou do seu governo de R$ 15 bilhões no governo do PSDB para R$ 110 bilhões”, disse. “Então, eu considero que é uma leviandade desse porte com essa importância, com essa leviandade”, completou. Mas Aécio insistiu e cobrou que Dilma assumisse a responsabilidade pelas denúncias envolvendo a Petrobras, que desde março de 2013 é investigada pelo TCU (Tribunal de Contas da União). “É realmente uma leviandade a forma que a Petrobras vem sendo administrada. É a Polícia Federal que diz”, retrucou. “Um colega seu de diretoria está preso hoje. As denúncias que aí estão são extremamente graves e a senhora não pode se esquivar de respondê-las”, completou Aécio. Dilma, então, reagiu com firmeza e voltou a dizer que a pergunta do ex-governador mineiro era leviana. Ela lembrou ainda que as suspeitas de corrupção são investigadas pela Polícia Federal, e acusou a gestão tucana de “engavetar” as denúncias que surgiram em seus governos. “Repito que é uma leviandade tratar essa questão desta forma. Quem investiga é um órgão do governo que antes não tinha essa autoridade, a Polícia Federal, que investiga todos, doa a quem doer. Nós nunca escondemos debaixo do tapete os crimes de corrupção. Nunca tivemos uma relação com o PGR [Procurador Geral da República] que chamamos de ‘Engavetador Geral da República.”