SÃO PAULO, SP – Um especialista senegalês da Organização Mundial da Saúde (OMS) infectado pelo vírus ebola foi internado nesta quarta-feira (27) em um hospital de Hamburgo, norte da Alemanha, e será o primeiro paciente tratado pela doença no país. O epidemiologista da OMS foi contaminado em Serra Leoa pelo vírus que provoca febres hemorrágicas e tem taxa de mortalidade de até 90%. Rico Schmidt, porta-voz das autoridades sanitárias de Hamburgo, indicou que o trabalhador da OMSchegou a Hamburgo por volta das 10h locais em um avião especialmente condicionado. O paciente ficará internado no hospital universitário de Hamburgo-Eppendorf (UKE). O UKE é especializado no tratamento de doenças altamente contagiosas. No fim de julho, a OMS já havia solicitado a internação no local de um de seus colaboradores, mas o médico contaminado morreu antes da viagem para a Alemanha. Pelo menos 120 agentes de saúde já morreram de ebola. A epidemia de ebola, que afeta Libéria, Guiné, Serra Leoa e, em menor medida, a Nigéria, provocou 1.427 mortes desde março. Ao todo, 2.615 pessoas foram infectadas. Não existe nenhuma vacina ou tratamento para o vírus, transmitido por contato direto com fluidos corporais. A coordenação da ONU no combate ao vírus ebola alertou esta semana que a luta contra a epidemia pode levar até seis meses. Um britânico, que vive em Serra Leoa e foi contaminado pelo vírus, foi hospitalizado no domingo (24) em Londres. FRANÇA O governo francês recomendou aos seus cidadãos evitar Serra Leoa e Libéria, devido ao risco de contaminação, e pediu à Air France-KLM que suspenda os voos para a capital de Serra Leoa, Freetown. “Levando em conta a evolução da epidemia e a situação dos sistemas sanitários (…), os poderes públicos recomendam à companhia Air France que suspenda temporariamente seu serviço de transporte para Freetown”, afirma um comunicado emitido depois de uma reunião do Conselho de Ministros. O governo não solicitou a suspensão de voos para Nigéria e Guiné. A França disse que a recomendação vale para pessoas cuja presença nesses países não era absolutamente necessária.