TATIANA CUNHA, ENVIADA ESPECIAL MARSEILLE, FRANÇA – Ex-piloto de F-1 e convidado pela FIA para participar de seu comitê de comissários no GP da Bélgica, disputado no último domingo (24), Emmanuele Pirro afirmou que a decisão de não investigar a batida entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg na segunda volta da corrida foi muito fácil –nos últimos anos, a entidade que comanda o automobilismo ficou mais rígida no contato entre os pilotos durante as corridas. “Nós precisamos menos de dez segundos para decidir que o contato foi inócuo e que não havia motivo para uma investigação. Foi algo perdoável que teve consequências infelizes, mas a batida aconteceu por alguns milímetros. Em outras palavras, nenhum dos dois carros fez nenhum movimento brusco”, afirmou Pirro ao diário italiano “La Gazzetta dello Sport”. O choque entre os companheiros de Mercedes acabou custando ao time uma dobradinha que parecia fácil e ainda destruiu a corrida de Hamilton, que teve o pneu de seu carro furado. O inglês, que liderava a prova quando sofreu a tentativa de ultrapassagem de seu companheiro, teve de ir aos boxes, voltou à pista em último e, mais tarde, abandonou. Rosberg, por outro lado, teve mais sorte e completou a prova em segundo, o que fez com que sua vantagem na liderança do Mundial aumentasse de 11 para 29 pontos sobre Hamilton, o segundo colocado. Depois da corrida, o piloto inglês disse à imprensa que Rosberg havia admitido na reunião da Mercedes ter causado o choque de maneira proposital. Mas, para Pirro, que correu na F-1 entre 1989 e 1991, o piloto alemão não foi culpado pela batida. “Não houve intenção. Talvez Rosberg tenha sido um pouco esperto e inteligente ao tentar, mas, no final, o grande problema aconteceu dentro da equipe. O contato entre [Fernando] Alonso e [Sebastian] Vettel na última volta, por exemplo, foi muito mais claro e, ainda assim, não houve investigação”, afirmou Pirro. “Como você pode dizer que um piloto faz uma coisa como esta de propósito? Rosberg não teve chance de ultrapassar e, geralmente, nestes casos o que acontece é que quem bate acaba saindo perdendo”, completou o ex-piloto.