SÃO PAULO, SP – A facção síria da Al-Qaeda e outros grupos rebeldes tomaram nesta quarta-feira (27) do Exército sírio o controle da passagem de Quneitra, único ponto de contato entre Israel e Síria, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A passagem, que liga a parte síria da colina de Golã e a ocupada por Israel desde 1967, caiu em junho de 2013 nas mãos dos rebeldes, mas depois voltou ao controle do Exército sírio.
“A Frente Al-Nusra e outros grupos rebeldes assumiram o controle da passagem de Quneitra e os combates com o Exército sírio continuam provocando estragos na região”, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que anunciou um balanço de 20 soldados e quatro insurgentes mortos.
Os combates prosseguem na cidade de Mehadama e nas localidades de Jabah, Tel Korum e Al Rauadi.
Na quarta-feira, a Frente Al-Nusra e outros grupos rebeldes anunciaram o início da “batalha da libertação” de Quneitra. Posteriormente vários grupos insurgentes, como a Frente dos Revolucionários da Síria, anunciaram a “libertação” da passagem.
A travessia é monitorada pela ONU, que supervisiona o tráfego entre os dois países inimigos.
ISRAEL
Durante os combates, um soldado israelense foi ferido por uma bala perdia procedente da Síria.
Em represália, o Exército israelense bombardeou duas posições do Exército sírio na colina de Golã, segundo um comunicado.
“Em resposta ao fogo errante da luta interna que se desenvolve na Síria, que impactou Israel e feriu um oficial do Exército, nossas forças atacaram duas posições militares sírias nas Colinas de Golã”, informou o Exército israelense em comunicado.
Os habitantes drusos da parte de Golã ocupada por Israel são os principais usuários da passagem, pela qual transitam para seguir chegar às escolas, ao trabalho ou para se casar na Síria.
Israel está oficialmente em guerra com a Síria, já que desde 1967 ocupa 1.200 km2 da colina de Golã. Quase 510 km2 permanecem sob controle sírio.
Bombardeios da guerra civil síria ocasionalmente atingem Golã, causando ferimentos a soldados e civis. Israel diz que os disparos por vezes são deliberadamente destinados a suas tropas.