O tabagismo está associado a mais de 200 mil mortes por ano, o equivalente a 23 pessoas por hora, segundo dados recentes do Ministério da Saúde. O cigarro pode causar problemas como infarto agudo do miocárdio, derrame, trombose, bronquite, enfisema, além de câncer no pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo do útero, entre outras regiões do corpo, enumera a psicóloga Silvia Cury, coordenadora do Programa de Controle do Fumo do Hospital do Coração (HCor). Para conscientizar a população sobre esses riscos, acontece na próxima sexta-feira (29/08) o Dia Nacional de Combate ao Fumo.

Embora o cigarro tenha sido bastante combatido nos últimos anos, ele ainda está entre as principais causas de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNTs), afirma a psicóloga. Essas doenças passaram a liderar o ranking mundial de mortes desde o início do século XXI, quando superou a mortalidade das doenças infectocontagiosas. Por isso, podemos afirmar que o tabagismo contribui ativamente com a taxa de mortalidade gerada em função do problema que abrange também hipertensão, diabetes, obesidade e câncer de diferentes tipos, explica Cury.

Além das doenças citadas, o tabagismo também está associado a outros problemas, como impotência sexual, complicações na gravidez, aneurismas arteriais, úlcera do aparelho digestivo e infecções respiratórias das mais diversas. Apesar disso, o combate ao cigarro enfrenta muitos obstáculos, como o próprio incentivo por fatores socioculturais. O tabagista geralmente tem um perfil permeado por ansiedade, depressão, estresse, emoções negativas e positivas. Por isso, é importante junto ao tratamento medicamentoso associar o acompanhamento psicológico, explica a psicóloga.

Tratamento
O HCor administra um Programa de Controle do Fumo, no qual uma equipe de psicólogas e médicos de diferentes especialidades prestam auxílio aos dependentes de nicotina por meio de um tratamento com nove sessões de duração. Neste processo, os fumantes são medicados, de acordo com a suas respectivas necessidades, e são acompanhados por terapia psicológica, cujo objetivo é tratar a dependência física e psicológica do cigarro.

Paralelamente, apoiamos ações preventivas em escolas, a partir da 8.ª série, com o objetivo de alertar para os perigos trazidos pelo cigarro, diz Silvia. Embora a dependência de nicotina possa ser tratada, a maior arma contra o fumo ainda é evitá-lo, conclui a psicóloga do HCor.