SÃO PAULO, SP – Uma das arquitetas mais famosas do mundo, a iraquiana Zaha Hadid está processando o crítico Martin Filler, da “New York Review of Books”, por afirmar em artigo publicado em junho que ela não se importava com mortes de operários na construção do estádio Al Wakrah, que será construído em Doha para a Copa do Mundo de 2022.
Numa crítica do livro “Why We Build: Power and Desire in Architecture”, de Rowan Moore, Filler afirma que Hadid não se sensibilizou com a morte de centenas de trabalhadores na construção do novo estádio, mas as obras da arena nem começaram e estão previstas para ter início só no ano que vem.
Hadid move agora uma ação contra a “New York Review of Books” e Filler, afirmando ter “sofrido angústia física e emocional como resultado direto” da crítica.
No artigo, Filler citava uma declaração de Hadid ao jornal britânico “The Guardian” sobre mortes de trabalhadores em obras de grande escala no Qatar, ligando erroneamente o comentário ao projeto do estádio.
Em seu site, a “New York Review of Books”, uma das mais prestigiosas publicações dos Estados Unidos, postou uma carta de Filler pedindo desculpas pelo erro. “Não houve mortes de trabalhadores nas obras do estádio Al Wakrah e os comentários de Hadid sobre o Qatar citados no meu texto não tinham a ver com o Al Wakrah nem nenhum de seus projetos”, diz o texto.