SÃO PAULO, SP – Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada na tarde desta quarta-feira (27) entre representantes da USP e do Sintusp (sindicato dos funcionários da instituição). A categoria, assim como parte dos professores, está em greve desde 27 de maio devido a não concessão de reajuste salarial.
Mesmo sem novas propostas das duas partes, o processo sobre o corte de pontos dos grevistas foi encaminhado para a vice-presidente judicial do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), Rilma Aparecida Hemetério, que deverá determinar se a universidade voltará a pagar os salários na próxima folha de pagamento e se vai pagar os salários de meses anteriores. Ele pode ainda aplicar multa à universidade por conta do corte.
Na ata do encontro desta quarta-feira, o Ministério Público do Trabalho salientou que “a ausência de pagamento de salários por parte da empregadora se mostra arbitrária e flagrantemente ilegal”. A assessoria do TRT afirmou que a decisão da vice-presidente judicial poderá ser tomada nos próximos dias.
A reunião realizada na sede TRT, na região central de São Paulo, durou em torno de uma hora. Segundo o tribunal, como no encontro anterior, a USP não fez propostas de reajuste e voltou a afirmou que está com 105% de sua receita comprometida. Já os funcionários, que pleiteiam 9,78% de reajuste, afirmaram que há previsão no orçamento deste ano para o aumento.
Com isso, foi marcada uma nova reunião para o dia 5 de setembro. Antes disso, o Conselho Universitário da USP deve ter uma reunião, na próxima terça (2), para discutir o reajuste salarial. No dia seguinte, o encontro será com o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Paulistas) também para discutir os salários.
A USP informou no encontro que a partir dessas reuniões é que poderá haver proposta de acordo. Procurada, a assessoria da reitoria afirmou que vai aguardar essas novas reuniões e o parecer da vice-presidente do TRT sobre o corte de salários.
Já o diretor do Sintusp Magno Carvalho afirmou que a reunião desta quarta “foi extremamente positiva” por conta do parecer do Ministério Público do Trabalho em relação ao corte de pontos.