SÃO PAULO, SP – O criador da série “Família Soprano”, David Chase, pôs fim a um mistério de sete anos ao revelar, de maneira lacônica, o que de fato aconteceu no último episódio. Considerada um marco na história da televisão, “Família Soprano” foi uma das primeiras séries a trazerem a qualidade do cinema de Hollywood para a TV americana.

A trama, exibida na HBO entre 1999 e 2007 nos EUA, girava em torno da vida de Tony Soprano (James Gandolfini), um mafioso de Nova Jersey que, ao lidar ao mesmo tempo com problemas de sua família e de sua gangue, entrava em colapso e passava a fazer terapia. No último episódio, porém, quando os fãs esperavam ver Tony morto ou indo para a cadeia, uma grande dúvida surgiu. A última cena foi cortada abruptamente, sem explicações, para uma tela preta. Depois de alguns segundos, os créditos começaram a ser exibidos, deixando o público sem saber o que aconteceu.

Chase sempre se recusou a comentar o assunto, o que alimentou teorias das mais diversas entre os fãs. Uma das mais populares é a de que Tony havia sido baleado e morrido, e que, como a série o acompanhava a partir de seu ponto de vista, os espectadores não veriam nada a partir do momento em que ele morresse. No entanto, ele finalmente se pronunciou sobre o final, numa conversa com a escritora Martha P. Nochimson. Ela o questionou se Tony estava mesmo morto e revelou a resposta em texto no site “Vox”. “Não, ele não está”, respondeu Chase com poucas palavras, segundo o relato dela. O roteirista ainda se recusou a dar mais detalhes, mas disse que o final é inspirado no poema “Dream Within a Dream”, de Edgar Allan Poe (1809-1849), um de seus escritores favoritos.