Cerca de mil pessoas trabalharam de maneira voluntária na campanha Doe Calor, na Operação Inverno e nos atendimentos às famílias atingidas pelas chuvas de junho em Curitiba. Para organizar a participação de tanta gente disposta a ajudar, a Fundação de Ação Social (FAS) decidiu criar um banco de voluntários, que permitirá contar permanentemente com a colaboração dos interessados.

Na Doe Calor – campanha de inverno da Prefeitura de Curitiba que atende pessoas em situação de vulnerabilidade social –, a participação dos voluntários foi essencial para que as doações chegassem aos beneficiados a tempo de atender suas necessidades. Em reconhecimento a esse trabalho, a partir desta quinta-feira (28) – quando é celebrado o Dia Nacional do Voluntariado ¬ – os participantes começam a receber certificados da FAS.

A presidente da Fundação, Marcia Oleskovicz Fruet, diz que o voluntariado é fundamental para o bom resultado das campanhas. No ano passado, tivemos uma participação bem intensa da sociedade civil, principalmente durante o inverno, e isso foi muito importante para garantir que Curitiba não perdesse ninguém para o frio. Este ano, nos organizamos para receber os voluntários no nosso dia a dia e o apoio mais uma vez foi fundamental, diz a presidente da FAS.

A assessora comunitária e coordenadora do projeto Sou Voluntário da FAS, Gilsa Floriano, diz que este ano os voluntários foram acionados ainda antes da campanha Doe Calor começar, logo no começo de junho, quando algumas regiões de Curitiba foram atingidas por fortes chuvas e enchentes.

O casal Leonard e Rose Akehurst deixou sua casa no Boqueirão para auxiliar na separação de roupas e colchões para as famílias atingidas na Cidade Industrial de Curitiba. “Nos sentimos felizes em participar e ajudar quem mais precisava”, diz Rose. Morando no Brasil desde 1996, os ingleses já foram voluntários em várias comunidades em situação de vulnerabilidade na Bahia e agora em Curitiba. “Ser voluntário vai além de uma satisfação pessoal. É algo muito maior e sem palavras para descrever. É um trabalho que é feito de pessoas para pessoas”, define Rose.

Leonard, que agora planeja dar aulas de inglês e francês para pessoas em situação de risco social, reforça: “Estamos prontos para o que precisar”.

Além de atuar no auxílio às vítimas das enchentes, os voluntários trabalharam na separação de peças doadas para a Doe Calor, com as equipes de abordagem do Resgate Social e nas unidades de acolhimento para pessoas em situação de rua.

Até grupos de entidades estrangeiras nos apoiaram: pintaram unidades que atendem crianças e adolescentes, estiveram junto com as nossas equipes na linha de frente dos atendimentos e nos ajudaram a fortalecer uma grande rede de solidariedade, disse Marcia Fruet.

Há um mês, o músico Gabriel Filho, de 38 anos, toca violão duas vezes por semana em unidades da FAS para acolhimento de pessoas em situação de rua. Apresento músicas da MPB que passam mensagens de superação. A música pode ser uma inspiração nos momentos difíceis e por isso quis trabalhar com a população em situação de rua. O retorno tem sido muito especial. Às vezes não temos a noção de como doar o nosso tempo faz tão bem para quem precisa. É uma sementinha que plantamos, disse.

Para participar

Para fazer parte do banco de voluntários da FAS, os interessados podem entrar em contato com a Assessoria Comunitária da Fundação, pelos telefones 3250-7466 ou 3250-7929. A equipe entrará em contato conforme as ações que precisem de apoio sejam desenvolvidas.