JOSÉ MARQUES SÃO PAULO, SP – Em propaganda com menos críticas e ataques indiretos do que a veiculada no rádio, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) priorizaram a apresentação de programas de gestão no horário eleitoral televisivo desta quinta-feira (28). Os candidatos tentam se opor à pessebista Marina Silva passando a imagem de administradores com experiência e propostas concretas para um eventual próximo mandato. Marina, que oficializou candidatura após a morte do então presidenciável Eduardo Campos (PSB), aparece em segundo lugar nas intenções de voto e, segundo a última pesquisa Ibope, venceria Dilma no segundo turno.

No rádio, um narrador da campanha da candidata à reeleição disse que “ninguém quer a incerteza de uma aventura”, em crítica indireta à falta de experiência de Marina em mandatos do Executivo. Já Marina afirmou em sua peça que não precisa “dar ministérios em troca de tempo de TV e não nos submetemos à chantagem política de ninguém”, em referência à saída do então ministro dos Transportes do posto, César Borges, a pedido de seu partido, o PR.

Na televisão, tanto Dilma quanto Aécio apareceram em visita a periferias de grandes cidades, onde conversaram com moradores dos locais. O tucano foi ao bairro de Brotas, em Salvador (BA), para apresentar a estudantes o programa Poupança Jovem, que destina recursos a crianças e adolescentes que continuarem os estudos.

A propaganda repetiu o slogan “para fazer funcionar, melhor quem já fez funcionar”. Aécio governou o Minas Gerais de 2003 a 2010. À câmera, o candidato disse que “há uma diferença enorme entre uma promessa e uma proposta”. “Promessas, muitas vezes, são palavras ao vento. Já uma proposta é algo muito mais pé no chão”, acrescentou. Dilma esteve em uma unidade de saúde de Guarulhos, na Grande São Paulo, que recebeu profissionais cubanos do Mais Médicos. Além de defender o programa, questionado por destinar parte dos recursos que iriam à bolsa dos profissionais ao governo cubano, a presidente anunciou proposta similar com médicos especialistas em um eventual segundo mandato.

A ideia é se aproxima à apresentada pelo candidato petista ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha. Pela primeira vez, o ex-presidente Lula não apareceu como cabo eleitoral de Dilma tanto na TV quanto no rádio. A propaganda televisiva de Marina exibiu imagens de reações de jovens eleitores ao debate eleitoral da terça (26). A candidata repete que deseja trazer, se eleita, “pessoas competentes” de qualquer partido para seu governo e que “a polarização PT x PSDB já deu o que tinha que dar”.