SÃO PAULO, SP – A Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória ao motorista João Antônio Alves de Roza, detido no início de julho sob suspeita de participar da depredação de concessionárias de carros importados em um protesto na região de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.
O protesto que terminou em depredações de três concessionárias na marginal Pinheiros aconteceu em 19 de junho e foi organizada pelo MPL (Movimento Passe Livre) para celebrar o aniversário da revogação do aumento das passagens de ônibus, ocorrido após as manifestações de junho de 2013. O prejuízo foi avaliado pelas lojas em cerca de R$ 3 milhões.
Na decisão que concedeu a liberdade a Roza, o juiz André Carvalho e Silva de Almeida, diz que “nada mais justifica a permanência do réu no cárcere. Remanesce apenas o crime de associação criminosa cuja pena, acaso ocorra condenação, permite a concessão de benefícios legais, reforçando a inconveniência, agora, da manutenção da prisão preventiva”.
A identificação do motorista aconteceu por conta de imagens, que mostravam ele usando um extintor para quebrar a vidraça de uma das lojas. Na época, a polícia chegou a dizer que a prisão de Roza como “inusitada” por ele não ter o perfil comum aos manifestantes. A polícia destacou que ele é mais velho e não tem ligação com movimentos sociais.
A polícia apresentou dois vídeos como provas: o que mostra Roza quebrando a vidraça e outro em que ele discute com metroviários durante ato em 12 de junho, dia da abertura da Copa, na região do Carrão, na zona leste de São Paulo. Segundo os policiais, ele foi identificado por suas fotos no Facebook, no qual está com os bonés usados nas manifestações.
Outros quatro manifestantes que foram presos este ano em protestos na capital paulista também foram colocados em liberdade, nas últimas semanas, por decisão judicial. São eles: o professor Jefte Rodrigues do Nascimento, o jovem Henrique Lima da Silva, o professor Rafael Lusvarghi e o servidor do Hospital Universitário da USP Fábio Hideki Harano.