SÃO PAULO, SP – A Justiça Militar determinou a soltura dos quatro policiais militares envolvidos na morte de dois pichadores em um prédio da Mooca, na zona leste de São Paulo, no final de julho.
Os policiais são o tenente Danilo Matsuoca, 28, o sargento Amilcezar Silva, 45, e os cabos Aldilson Segalla, 41, e André de Figueiredo Pereira, 35, e devem ser soltos assim que o presídio Romão Gomes for informado da decisão. A Polícia Militar confirma a informação.
Segundo a versão dos policiais, eles reagiram aos tiros disparados pelos dois pichadores, Alex Dalla Vecchia Costa, 32, e Ailton dos Santos, 33. No entanto, de acordo com parentes e amigos das vítimas, eles haviam comunicado que subiriam no prédio em que foram mortos para pichar.
O boletim de ocorrência registrado após o crime aponta que os dois entraram no prédio residencial, localizado na avenida Paes de Barros, por volta das 18h, após o porteiro confundi-los com moradores. O zelador teria flagrado a dupla no prédio e questionou a presença deles, que afirmaram estar fazendo a manutenção dos elevadores.
Desconfiado, o zelador desceu até a portaria, comunicou o porteiro e acionou a polícia. No local, os PMs dizem ter encontrado os dois dentro de um apartamento, sendo Alex na cozinha, com um revólver calibre 38, e Ailton em um quarto, com uma pistola 380. Os policiais dizem que apenas revidaram os tiros feitos pela dupla.
No início de agosto, os policiais foram presos temporariamente. Naquela semana, o tenente-coronel Marcelino Fernandes, chefe do Departamento Técnico da Corregedoria, chegou a dizer que houve “conduta irregular” e inconsistências na versão dos policiais, que demoraram para avisar a central da PM sobre o suposto confronto com os dois pichadores.