O primeiro debate entre os candidatos ao governo do Paraná, ontem, realizado pela Rede Bandeirantes, foi marcado por muitos ataques, várias trocas de acusações e poucas propostas. Ao contrário do que se esperava, o governador Beto Richa (PSDB), líder nas pesquisas, não foi o principal alvo. Sobraram farpas para todos. O senador Roberto Requião (PMDB), a senadora Gleisi Hoffmann (PT) e até mesmo Túlio Bandeira (PTC) foram alvos de muitas críticas. Entre as questões debatidas estavam o pedágio, a situação financeira do Estado e a dificuldade de o governo federal liberar empréstimos ao Estado, mas as críticas pessoais predominaram.

Os assuntos mais polêmicos foram abordados logo no início do debate. Requião abriu o debate com pergunta ao governador Beto Richa (PSDB), a quem chamou durante todo o programa de Carlos Alberto. Ele questionou a situação financeira do Estado, citando a falta de verba para segurança e outros problemas. Depois de garantir que as contas do governo estão em dia e que encontrou o Estado cheio de dívidas, Richa ironizou: Toma jeito, Requião! De cabelos brancos e ainda mentindo. Pagamos dívidas de outros governos. O Paraná é dois que mais reduziram. Recebemos dívida do governo dele. Requião tenta dissimular e confundir a opinião pública, disse Beto.
Em seguida, Richa questionou a candidata do PT sobre o bloqueio do governo federal aos empréstimos do Estado. Três dos empréstimos que chegaram a ser bloqueados pelo governo federal são com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), num valor total de US$ 145,7 milhões (cerca de R$ 325 milhões); e um terceiro financiamento é com o Credit Suisse, de US$ 557 milhões (R$ 1,2 bilhão). Na resposta, Gleisi atacou a gestão tucana e disse que o dinheiro não poderia ser liberado porque o governo está devendo e não cumpriu o mínimo de investimentos em saúde exigido por lei. Quem está com a ficha suja não pode emprestar dinheiro. E com os governos funciona do mesmo jeito, disse Gleisi. Na réplica, Beto insistiu que o governo do Paraná é perseguido pelo governo de Dilma Roussef, por ser governado por um tucano e que a prova disso é que o Supremo Tribunal Federal acabou liberando o dinheiro.
Na réplica, Beto ironizou o partido de Gleisi, o PT, dizendo que os principais nomes do governo federal estão sendo investigados e alguns presos, se referindo aos mensaleiros: Nosso governo tem dado exemplos de ética, diferente do governo federal, principalmente corrupção. Gleisi então respondeu com ataques: Todas as denúncias estão sendo investigadas. Mas nós não criamos secretarias para sogras fantasmas trabalharem. Ela ainda chamou o governador de de governante Kinder Ovo: Ele está sempre sendo surpreendido, seja com a rebelião de Cascavel, com o anúncio do aumento de luz.
Requião ainda alfinetou Beto Richa sugerindo que ele acorda tarde e se preocupa demais com o marketing. Richa não deixou por menos: Requião é o senador turista, o que mais viaja. Na granja Canguiri, ele cavalgava todos os dias. Está sendo investigado o uso de dinheiro público para sustentar os seus cavalos.
Túlio x Gleisi —O candidato do PTC, Túlio, lembrou o caso do ex-assessor da Casa Civil e ex-prefeito de Realeza, Eduardo Gaieviski, acusado de 40 crimes sexuais, sendo 26 de pedofilia, dizendo que ela o teria abrigado no gabinete. Gleisi não só se defendeu dizendo que não sabia dos crimes de Gaiviski, como atacou Túlio. Engraçado o senhor falar isso. Já foi preso e tem mais 20 inquéritos policiais nas costas e acha que pode governar o Paraná. Eu e meu marido (ministro das Comunicações Paulo Bernardo) não temos nada contra nós.
Ironicamente, em determinando ponto do debate, assim como candidato Ogier Buchi (PRP), Requião reclamou da agressividade de todos os candidatos.Essa agressividade é encomenda de marqueteiro, disse Requião.