Alex Francisco
SÃO PAULO, SP – “Faço um belo arroz com feijão e coloco um ovo bem fritinho.” É essa a receita que Geraldo Luís diz usar em seu programa, o “Domingo Show” (Record), que está na vice-liderança desde a estreia, com média de 8 pontos, segundo o Ibope (cada ponto equivale a 65 mil domicílios na Grande SP). A metáfora remete ao que o apresentador tem feito ao vivo. “Os programas de TV focaram em criar fórmulas para o domingo e esqueceram que o público quer ver coisas simples”, diz.
Luís tem apostado em musicais nostálgicos e reportagens com histórias de vida de artistas que foram esquecidos pelo grande público, como fez com o repórter Gil Gomes, os cantores Wellington Camargo e Simony e o ator Guilherme Karan. “A TV ficou tão tecnológica que não se lembra mais de que o povo quer matar a saudade e saber como anda aquele famoso que fez parte de sua vida”, diz. “Mesmo se mostramos a parte triste da vida do artista, estamos falando a verdade. Por trás de toda história de sucesso, existe um drama”, completa.
Com histórias que parecem terem sido tiradas de um baú, em cinco meses no ar, o “Domingo Show” já acumula 1.062 minutos à frente da Globo e dois empates em um confronto direto com o programa “Esquenta!” (Globo), da Regina Casé. “Tem pessoas que acham que alguns artistas morreram e ficam surpresas quando descobrem como eles estão hoje”, conta.
O apresentador comenta que chegou a receber críticas por colocar musicais que resgatam a memória do público, como fez com Roupa Nova e Fundo de Quintal. “Ouvi uma besteira de que musical não dá certo na TV. Meu desejo é poder revelar talentos no meu programa, como Raul Gil sempre fez”, revela.
Consagrado pelo “Balanço Geral”, programa diário que apresentava na Record, Luís revela que virou apresentador de um dominical quando muitos artistas brigavam por esse posto. “Eu ganhava mais no “Balanço” do que ganho agora e tenho um desgaste físico muito maior, além de perder o domingo com minha família. Mas tudo isso é trabalho, busco reconhecimento profissional e não ser um rosto bonito ou um famoso a mais no ar. A TV ainda é um lugar de muito ego”, desabafa.
Fazendo mistério sobre as novidades de seu programa, Luís adianta que tem um sonho: dar prêmios simples. “Queria fazer algo como o programa “Porta da Esperança” [SBT, 1984-1996]. Dar fogão e vestido de noiva. E, se Record abrir mais espaço, vou invadindo a programação”, revela o apresentador.