SÃO PAULO, SP – A notícia de que o Brasil entrou em recessão técnica repercutiu na imprensa internacional nesta sexta-feira (29). O americano “Wall Street Journal” destacou que a divulgação do resultado da economia no segundo trimestre foi um “golpe nas esperanças de reeleição da presidente Dilma Rousseff” antes das eleições.

O jornal ressalta ainda que a recessão chega a “cinco semanas das eleições, com poucas evidências de que uma melhora estaria a caminho”. Também para a britânica BBC, a piora do PIB “fará estragos no governo da presidente Dilma Rousseff”. Em reportagem publicada em sua versão online, a emissora destaca que a chefe de Estado perderia as eleições para a candidata Marina Silva (PSB) e que “a economia é cada vez mais vista como o ponto fraco da presidente”.

Neste contexto, o jornal “Financial Times” afirma que Dilma ainda é a favorita a ganhar nas urnas em outubro, mas que vem sendo desafiada por Marina Silva e Aécio Neves (PSDB). A publicação britânica afirma também que o país “tem flertado com a recessão após uma série de trimestres em que o crescimento estava estagnado”. O jornal “La Nación” cita que a “indústria brasileira tem sido muito afetada pela situação econômica complicada da Argentina e as barreiras comerciais”.

O argentino cita ainda que a taxa de inflação oficial (o IPCA) segue no teto da meta estabelecida e que o governo está confiante de que a economia irá se recuperar até o fim do ano. Para a “Revista Forbes”, o mercado financeiro o país ignorou a piora do PIB. “A especulação está movendo o mercado de capitais no Brasil. Certamente não pode ser os fundamentos econômicos”.

A publicação afirma que os demais candidatos ao Planalto convenceram à presidente Dilma Rousseff de que mudanças na economia serão necessárias. “Nesse aspecto, o futuro parece mais claro do que o agora. Não importa quem vença [as eleições], haverá mudança na política econômica”. PIB O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para o segundo trimestre deste ano, divulgado pelo IBGE, indicou retração de 0,6% ante os três primeiros meses de 2014.

Como o resultado do primeiro trimestre foi revisto pelo instituto de alta de 0,2% para contração de 0,2%, o país estaria em um período de recessão técnica. Apesar disso, tanto o IBGE quanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recusam a utilização do termo. Mantega defende que não se pode falar em recessão no cenário atual do país, em que os índices de desemprego estão baixos. Já para o IBGE, o resultado do primeiro trimestre do ano é considerável “estável” e ainda pode ser revisto para cima no futuro.