SÃO PAULO, SP – O Grêmio identificou dez torcedores envolvidos nos tumultos da partida contra o Santos na última quinta-feira (28), na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. Entre eles, cinco torcedores foram apontados por envolvimento com o ato racista contra o goleiro Aranha, do time paulista, e dois deles são sócios do clube.

Os sócios serão expulsos, segundo Nestor Hein, vice-presidente do Grêmio. Os outros cinco foram identificados por invasão do campo e arremesso de objetos durante a partida. Os dez torcedores ficarão proibidos de entrar na Arena por tempo indeterminado, de acordo com o dirigente.

“Foram 30.190 pessoas presentes no estádio nessa partida. Dez se portaram mal e trazem um enorme estigma para o clube”, diz Hein. De acordo com o vice-presidente, a imagem do clube fica manchada, associada ao racismo, injustamente.

Imagens cedidas pela ESPN Brasil, que transmitia a partida, mostram ao menos uma torcedora gritando o que parecia ser ‘macaco’. “Um clube que tem uma estrela no brasão para homenagear Everaldo [Marques da Silva, campeão mundial em 1970] e um hino escrito por Lupcínio Rodrigues, ambos negros, não é racista”, afirma Hein.

A repercussão do ato de racismo contra Aranha começou após uma imagem mostrar na televisão a torcedora gremista Patrícia Moreira chamando o jogador de “macaco” durante a partida. À polícia, Aranha relatou ao menos quatro pessoas envolvidas nos xingamentos. Com base em seu depoimento, o Ministério Público abrirá um processo por injúria racial contra os participantes.