ADRIANO BARCELOS RIO DE JANEIRO, RJ – A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, fez campanha na tarde deste sábado (30) na Rocinha, zona sul do Rio, e falou sobre duas correções feitas em seu plano de governo menos de 24h após ele ter sido divulgado. A ex-senadora anunciou o programa em solenidade na sexta-feira, (29) mas dois dos pontos mais polêmicos, relativos à política de produção de energia nuclear e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, já foram retificados. “Não foi uma revisão. Na verdade nos tivemos dois problemas no programa. Um em relação a questão nuclear, que era da parte Ciência e Tecnologia, uma questão não havia sido acordada com Eduardo. Na parte LGBT, o texto que foi para redação foi a parte apresentada pelos movimentos sociais. Todos os movimentos sociais apresentaram propostas e se contemplou tanto quanto possível as propostas”, disse a candidata. Marina afirmou que o texto que foi ao conhecimento do público equivocadamente é o da pauta dos setores, e não o assimilado por sua candidatura. “O texto que foi publicado não é o que havia sido acordado. O que fizemos é apenas retornar ao texto da mediação, da mesma forma que aconteceu na questão nuclear. Os próprios coordenadores fizeram a revisão”, disse. A candidata também mandou um recado ao eleitorado que teme uma guinada conservadora em eventual governo. “Independente de qualquer coisa, nosso compromisso é com o Estado laico com respeito a liberdades individuais e religiosas. Estado laico para defender os interesses de quem crê e de quem não crê, independente de cor, orientação sexual ou religião.” LIDERANÇA Comentando a pesquisa Datafolha, que a mostrou empatada em primeiro lugar com a presidente Dilma Rousseff no primeiro turno, e vencendo por uma margem de dez pontos percentuais no segundo, Marina disse que é cedo para considerar uma vitória em primeiro turno, ainda que esteja evoluindo nas pesquisas de opinião. Marina também voltou a enfatizar seu discurso contra a polarização política e aproveitou para criticar o mau momento da economia, registrado na queda de 0,6% do PIB, anunciada na sexta (29). “Respeito todas as candidaturas e o que eu estou buscando é mostrar que é possível unir o Brasil. Em lugar do embate, o debate. Em lugar da separação, a união em torno do Brasil que queremos para que nosso país não entre na recessão como começou a entrar, volte a crescer e controle a inflação.” A candidata fez uma caminhada de 20 minutos pela Rocinha, mas, cercada de assessores e pela imprensa, não conseguiu ter contato muito direto com os eleitores da favela, limitando-se aos acenos à distância. A seu lado estavam o candidato a vice em sua chapa, Beto Albuquerque (PSB), e o ex-jogador e atual deputado federal Romário (PSB), candidato ao Senado. Ainda na tarde deste sábado, Marina terá um encontro com a Juventude da Rede, partido criado por ela e não oficializado, e do PSB em um teatro na Lapa, na região central do Rio. Ela deve deixar a capital fluminense na noite deste sábado.