SÃO PAULO, SP – Os dirigentes máximos do governo do Lesoto devem se reunir neste domingo (31) na África do Sul para uma reunião com o presidente Jacob Zuma, a fim de definir a crise política no enclave no sudeste sul-africano.
No sábado (30), o primeiro-ministro lesoto, Thomas Thabane, deixou o país e acusou os militares de organizarem um golpe de Estado. O Exército cercou o quartel da polícia, uma rádio e a residência oficial do chefe de governo.
Os militares negaram a acusação e disseram que tinham ocupado as ruas para evitar que a polícia armasse opositores a Thabane que vão organizar manifestações contra o governo na próxima segunda (1º).
O país vive uma crise política há dois anos. Em junho, Thabane suspendeu o Parlamento após ser rejeitado em um voto de confiança, o que provocou protestos e aumentou a oposição contra ele.
Dentre os rivais, está o vice-primeiro-ministro Mothetjoa Metsing, que disse ter viajado à África do Sul para a reunião com Zuma. Ele planeja fazer uma coalizão para conseguir derrubar Thabane da chefia de governo.
O governo sul-africano disse no sábado (30) ser contra o suposto golpe no Lesoto e afirmou que pedirá a suspensão do país da Comunidade de Desenvolvimento do Sul da África caso o governo seja derrubado.
O Lesoto, formado em grande parte por altas colinas, é um país muito pobre de dois milhões de habitantes, membro da Commonwealth, que fornece ao seu grande vizinho sul-africano água e eletricidade produzida em suas montanhas.
Desde a independência, em 1966, o Lesoto passou por diversos golpes militares. Em 1998, 58 lesotos e oito sul-africanos morreram e áreas de Maseru foram destruídas durante um conflito armado provocado por uma crise política.