SÃO PAULO, SP – Diferentemente da ideia de que as redes sociais encorajariam as pessoas a discutir questões políticas, um estudo mostrou que os usuários de sites como Facebook e Twitter, na verdade, se sentem mais relutantes em falar sobre esses assuntos. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores do Pew Research Center entrevistaram 1.801 adultos americanos para saber se eles discutiriam, em ocasiões variadas, as denúncias de espionagem feitas pelo ex-analista da NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) Edward Snowden. Os resultados mostram que, embora 86% dos americanos tivessem vontade de conversar sobre o programa de vigilância pessoalmente, menos da metade (42%) dos usuários do Facebook e do Twitter falariam sobre o tópico on-line. Outro comportamento apontado pelo relatório é o de que as redes sociais foram desconsideradas como uma “plataforma de discussão alternativa” pela maioria dos 14% que não conversariam sobre o tema pessoalmente. Apenas 0,3% deles abordaria o tema nas redes. Ainda segundo o relatório, as pessoas estavam mais dispostas a expressar suas opiniões sobre o evento se seus amigos, familiares e seguidores compartilhassem o mesmo ponto de vista delas. Na rede social de Mark Zuckerberg, por exemplo, os entrevistados tinham quase duas vezes mais chances de participar de uma conversa sobre o tema se eles sentissem que suas redes concordassem com seu posicionamento. “Estudos anteriores mostraram que, quando as pessoas pensam em falar sobre determinado assunto, elas se baseiam em grupos de referência ­laços de amizade e de comunidade­ e pesam suas opiniões em relações a eles antes de se manifestarem”, diz o relatório. À tendência de autocensura quando as ideias da uma pessoa não correspondem às de sua audiência dá-se o nome de “espiral do silêncio”, fenômeno estudado desde a era pré-internet.