Um componente do veneno da vespa tem se mostrado eficaz em impedir a perda de neurônios provocada pela doença de Parkinson. O estudo, desenvolvido no Laboratório de Toxinologia da Universidade de Brasília (UnB), foi testado em ratos com uma lesão cerebral que simula o efeito do Parkinson.

No Parkinson, ocorre a perda de neurônios em uma região cerebral específica chamada substância nigra, ou substância negra. Os neurônios da região são responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina, cuja falta resulta em perda progressiva do controle motor.

Um dos principais tratamentos disponíveis atualmente baseia-se na reposição da dopamina. Essa estratégia trata os sintomas, sem porém interferir na evolução natural da doença. Ou seja, os neurônios produtores de dopamina continuam morrendo.

Há vários tratamentos potencialmente neuroprotetores em estudo, porém nenhum deles conseguiu impedir definitivamente a degeneração dos neurônios no paciente de Parkinson.

Diante dessa falta de alternativa, a pesquisadora e professora da UnB Márcia Renata Mortari – que trabalha com a busca de novos componentes de venenos de animais que possam servir de tratamento para doenças – resolveu testar se o veneno de vespa poderia ter alguma ação neuroprotetora para o Parkinson.