Em 1996, quando a a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) foi criada, o então ministro da saúde, Adib Jatene, destacou as quatro metas que deveriam ser atingidas com a injeção maciça de recursos na saúde. A primeira das metas era a erradicação da dengue em todo o Brasil. Dezoito anos depois, a doença, que mata cerca de 20 mil pessoas por ano em todo o mundo, segue fazendo vítimas pelo Brasil. No Paraná, desde agosto de 2010, 48 pessoas morreram por conta da doença.

Segundo o infectologista Alceu Fontana Pacheco Junior, do corpo clínico do Hospital Evangélico, toda doença que depende da eliminação de vetor – no caso da dengue o mosquito Aedes aegypti — é muito difícil de ser erradicada, por mais esforço que se faça. Não tem como eliminar de uma maneira completa o mosquito transmissor, sempre vai ter uma população residual e se você descuida essa população volta a aumentar e, consequentemente, há também o retorno da epidemia. A dengue é uma doença que enquanto não tiver uma vacina, não será eliminada. A poliomielite, por exemplo, está praticamente eliminada por conta de uma boa vacina, aponta.