MANAUS-AM – Após quase nove horas de rebelião, os detentos da Unidade Prisional de Parintins (a 369 km de Manaus) renderam-se, e a polícia entrou no local, por volta das 22h desta segunda. Dois detentos foram mortos por presidiários: um teve a cabeça arrancada e arremessada na rua, e o outro recebeu golpes de faca.
Os 136 presos foram levados a um colégio próximo ao presídio, enquanto técnicos da companhia elétrica tentam religar a energia. Durante a rebelião, eles queimaram móveis, objetos e a fiação elétrica, destruíram parte do telhado e quebraram grades. Bombeiros avaliam o tamanho do estrago.
A rebelião começou no início da tarde por causa de uma briga envolvendo dois detentos por conta de um aparelho de TV. Segundo a polícia, embora reclamassem da superlotação (a capacidade é de 36 pessoas), os presos não fizeram exigências além da presença do Ministério Público e representantes de entidades de direitos humanos antes de se entregarem.
A polícia diz que os cinco detentos que encabeçaram o movimento devem ser transferidos para Manaus, e os envolvidos nas duas mortes, investigados. Outros presos entregaram-se ainda durante o dia, antes mesmo da negociação final. “Eles usaram essa briga e a rebelião para acertarem contas lá dentro”, disse o coronel Valadares Souza Júnior, da PM.
No complexo penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, onde motins têm sido constantes, 14 presos foram mortos somente neste ano. Em 2013, 60 presos foram decapitados no local.
No Paraná, uma rebelião que começou há oito dias deixou cinco mortos e 25 feridos em 45 horas, na Penitenciária Estadual de Cascavel. No primeiro dia, dois dos mortos foram decapitados.