Na madrugada do último domingo (31), Dawan Bueno dos Santos, 19 anos, foi agredido por dois homens em Telêmaco Borba. Segundo o jovem, ele voltava para casa, por volta das 2h, e foi abordado pela dupla. A Polícia Civil de Telêmaco Borba investiga o caso.

“Eu disse que eles podiam levar qualquer coisa, mas pedi para não me machucarem. Os dois me mandaram calar a boca e o tempo todo me chamavam de ‘viadinho'”, lembra Dawan, em entrevista ao G1. Apesar da agressão, o jovem afirma que está bem. “Eu sobrevivi para contar a minha história. Conheci gente que não teve a mesma sorte”, relata.

Dawan declarou que foi sufocado até desmaiar e só então, após perder a consciência, foi espancado. “Quando eu acordei, já era de manhã, lá pelas 7h. Aí percebi que estava todo ensanguentado e dolorido. Provavelmente, eles me bateram muito enquanto eu estava desacordado. Foi aí que, meio tonto e sem voz, fui atrás de ajuda”, lembra.

Levado a um hospital da cidade, o jovem ficou internado até o fim da tarde de segunda-feira (1º). “Levei vários pontos na cabeça. Um dos meus olhos está roxo, minha garganta dói e meu nariz está inchado”, relata Dawan, que já está em casa se recuperando.

Dawan garante que sabe a homofobia motivou a agressão: “Todos os dias, eu acordo já sabendo que vou ter que enfrentar algum tipo de preconceito. Já faz parte da minha rotina. Para mim, é tão certo quanto acordar, lavar o rosto e escovar os dentes”.

A tia de jovem, Sílvia dos Santos, conta desabafa que “é difícil demais lidar com o preconceito que a nossa sociedade tem”. Para a mulher, a pior parte não são as agressões físicas. “Os machucados, uma hora, saram, não é? Mas e o trauma? É uma coisa que ele não vai esquecer tão cedo, tenho certeza”, conclui.