DIÓGENES CAMPANHA SÃO PAULO, SP – Em desvantagem na corrida pelo governo de Minas Gerais, o PSDB irá abandonar o que considera ser uma atitude “light” de sua campanha no Estado, partindo ao ataque contra o candidato do PT, Fernando Pimentel, líder das pesquisas de intenção de voto.

“Estamos fazendo um ajuste na estratégia. A campanha vai ficar mais enfática no ataque-defesa, porque ela estava muito light na defesa do legado do Aécio e na defesa contra os ataques e mentiras do ‘Pinóquio Pimentel’, que está prometendo o que já existe”, disse o deputado federal Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro.

Embora seja apoiado pelo presidenciável Aécio Neves e pelo ex-governador Antonio Anastasia, que comandaram Minas nos últimos três mandatos, o candidato do PSDB, Pimenta da Veiga, está mais de dez pontos percentuais atrás de Pimentel nas pesquisas. No levantamento realizado entre 12 e 14 de agosto pelo Datafolha, o petista tinha 29% das intenções de voto, contra 16% de Pimenta da Veiga.

“O governo Aécio-Anastasia tinha alta aprovação e não ficou muito sólida a ligação do Pimenta com essa herança. É uma questão de ênfase, de organização da nossa linha de comunicação. Agora é hora da polarização [contra o PT]”, disse Pestana.

Uma das estratégias, segundo o dirigente, será buscar apontar problemas na gestão de Pimentel no Ministério do Desenvolvimento, citando empresas que deixaram de se instalar no Estado no período em que ele esteve à frente da pasta – de 2011 até o início deste ano.

Diante da queda de Aécio nas pesquisas após a entrada de Marina Silva (PSB) no páreo, a disputa em Minas – Estado em que o PSDB integra o grupo no poder há 12 anos – se tornou crucial para a sigla, que teme perder a eleição no berço político do presidenciável. Pestana critica o marketing político brasileiro e elogia as táticas eleitorais de outros países.

“Um amigo marqueteiro argentino me falou que lá é pancadaria para todo lado, e ganha quem ficar de pé. Nos EUA, democratas e republicanos compram comerciais na TV para falar mal, desconstruir o adversário. Não quer dizer baixaria, falta de educação, agressividade. Quer dizer politização, dar argumento ao eleitor.”

Para o tucano, programas políticos locais repetem uma fórmula “superada”, exibindo “biografias, propostas, viagens, interação com o povo, jingle”. “As pessoas não são bobas, elas não precisam ser paternalizadas”, disse.

ANDREA NEVES

A ameaça ao projeto presidencial tucano pelo crescimento de Marina Silva (PSB) levou Andrea Neves, irmã de Aécio, a assumir um papel maior na campanha mineira. Pestana negou, contudo, que a inflexão na estratégia tenha sido determinada por Andrea, conhecida por centralizar as decisões sobre linhas de comunicação. “Não tem esses mitos. A Andréa sempre colaborou. Não entra quem estava fora, [porque] ela já estava dentro”, disse.