O PSB do Paraná vai distribuir 28,4 milhões de santinhos com a imagem da candidata à presidência da República, Marina Silva (PSB) ao lado do candidato à reeleição ao governo do Paraná Beto Richa (PSDB). O presidente da legenda no Estado, Severino Araújo (PSB), contou que a impressão do material foi feita logo depois que Marina se confirmou como candidata oficial do PSB, no dia 20 de agosto. O presidente do PSB estadual aguardava somente a autorização da direção nacional do partido para distribuir o material entre os comitês do Paraná, mesmo sem consultar Marina. Severino garante que a determinação do partido é unir Marina e Beto na corrida eleitoral. 

A disputa pelo apoio de Marina ficou intensa depois da última pesquisa Ibope em que ela aparece empatada em primeiro lugar com Dilma Rousseff, candidata à reeleição, bem à frente de Aécio Neves. A conhecida indisposição de Marina em apoiar candidatos do PSDB no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro não impediu que o PSB mantivesse os apoios consolidados antes da morte do então pré-candidato à presidência Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente de avião do dia 13 de julho. O PRP integra a coligação nacional de Marina e também já tem material de campanha pronto para fazer dobradinha no Paraná. O candidato do partido aqui é Ogier Buchi (PRP), que inicialmente declarava apoio a Aécio Neves (PSDB), adversário de Marina na corrida presidencial.
O coordenador da campanha de reeleição de Beto Richa ao governo, Eduardo Sciarra (PSD), afirma que Marina Silva é muito bem vinda à chapa tucana no Paraná. Sciarra lembra que a campanha majoritária de Richa tem como candidato oficial Aécio Neves e tem apoio de Pastor Everaldo (PSC), José Maria Eymael (PDC), e Marina Silva (PSB). O PSB, manifestado por meio de Severino, colocou essa condição (de produzir material de campanha unindo Marina e Richa) e cabe a nós aceitar mais um apoio ao leque que nós temos; isso veio do PSB, não é algo que parta da coordenação da campanha do governador, afirma.
O presidente do PSB do Paraná, Severino Araújo, afirma que o candidato do partido no Paraná sempre foi Beto Richa e essa é a determinação do partido em todas as esferas. Eu tenho a obrigação de fazer cumprir o que o partido decidiu; se o candidato à presidente era Eduardo Campos, houve a tragédia, e Marina passou a ser candidata do partido e o partido decidiu por seu órgão máximo que o candidato no Paraná é o Beto Richa, sentencia.
Já sobre a gravação do programa de TV e rádio, além de aparição em eventos de campanha, Severino desconversa. Isso depende da agenda dela. É irrelevante, se ela quiser gravar ela grava, se ela não quiser não grava; o que é relevante é que o partido apoia o Beto; se Marina vai pra lá ou pra cá, não importa, ironiza.
Quando era pré-candidata à vice-presidência, Marina Silva se negou a participar de um encontro marcado entre o presidencial na chapa Eduardo Campos e Beto Richa, em Londrina (norte), no dia 16 de junho, porque o PSB integra a chapa de Richa ao governo. Por outro lado, o PRP – partido na chapa do PSB à presidência – disponibilizou palanque com o nanico Ogier Buchi (PRP), que ainda não pontuou em pesquisas na candidatura ao governo do Paraná nas eleições deste ano. Outro candidato nanico que quer aparecer ao lado de Marina é Tulio Bandeira do PTC – mas esse corre por fora e não houve nenhum acordo entre os partidos.

Rápida

Disputa
Entre os outros candidatos do Paraná que também querem um pouco de Marina na campanha está a vice na chapa de Roberto Requião (PMDB) ao governo, Rosane Ferreira (PV). O partido de Rosane tem candidatura nacional com Eduardo Jorge (PV), porém, Rosane tem elogiado Marina Silva em diversas ocasiões. O PMDB de Roberto Requião, declara voto à Dilma Rousseff (PT), o próprio senador tem preferência por Dilma na corrida nacional. Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT) é a única oposição absoluta de Marina entre os principais candidatos ao governo do Paraná.
Marina Silva se filiou ao PSB depois de não conseguir oficializar a criação de seu partido Rede Sustentabilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Antes da morte de Eduardo Campos, Marina citava o Rede com mais frequência e já havia declarado que não firmaria acordos com os quais não concordasse, mesmo que Campos compusesse alianças. O Rede, na figura do candidato a deputado federal Eduardo Reiner (PV) reafirma constantemente a condição de que Marina nunca apoie o PT ou o PSDB. Por enquanto, Marina tem se mantido firma no princípio do grupo criado por ela, apesar de não se manifestar contra as tendências e acordos do PSB.