A ascensão de Marina Silva nas pesquisas transformou a candidata do PSB à Presidência no principal alvo dos adversários. Depois de iniciarem a campanha insistindo na polarização PT-PSDB, Dilma Rousseff e Aécio Neves tiveram que rever suas estratégias, passando para o ataque contra a nova estrela da eleição. As críticas mais ácidas vieram do programa da petista, que comparou Marina aos ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor, eleitos sem o apoio de grandes partidos, e que caíram em meio a crises institucionais. Segundo a campanha de Dilma, o País se deu mal quando apostou em salvadores da pátria. E sonhar é bom mas é hora de botar o pé no chão e voltar à realidade. Aécio foi mais comedido, dizendo que Marina tem boas intenções, mas que sem experiência, sem força política, o sistema engole as boas intenções da noite para o dia. Resta saber se esses ataques surtirão efeito, ou se diante da onda favorável à ex-ministra na opinião pública, em meio ao desencanto popular com os partidos e políticos tradicionais, não acabaram tendo resultado contrário, e fazendo com que ela cresça ainda mais.

Sem nomes aos bois
A propaganda de Dilma compara Marina a Collor sem em nenhum momento citar diretamente o nome do ex-presidente. Pudera: o senador alagoano não só integra a base da atual presidente, como concorre à reeleição com o apoio do PT.

Balanço
Dilma apareceu tocando um tambor durante um encontro com lideranças do movimento negro. Os adversários ironizaram comentando que do jeito que a situação está, ela tem tudo para dançar nas eleições de outubro.

Crise, que crise?
Dilma afirmou considerar que a queda na atividade econômica é momentânea e que o Brasil não está em recessão. Também garantiu que a inflação hoje está próxima de zero. Eleitores já pensam em pedir o endereço do supermercado onde a presidente faz suas compras.

Goleada
A petista também voltou a lembrar a Copa do Mundo para argumentar que as notícias negativas em relação à economia são coisa de parte da imprensa e dos pessimistas que serão desmentidos pelo tempo. Será que ela esqueceu do 7 a 1?

Contraste
O programa de Dilma exibiu trechos do debate no SBT da segunda-feira. O problema é que em comparação com a propaganda da petista, onde ela aparece como uma dona de casa afável, a imagem que se viu no debate foi de uma candidata nervosa e com a aparência de cansada, o que a voz rouca só reforça.

Memória
Requião – sempre modesto – lembra que já foi governador por três vezes – sempre com avaliações excepcionais. Esquece que em 2006 só se reelegeu por uma diferença de pouco mais de 10 mil votos, ou equivalente a 0,2% dos votos válidos, em relação ao candidato de oposição, o ex-senador Osmar Dias (PDT).

Linha cruzada
O peemedebista também garante que vai resolver o problema da segurança, reativando o projeto POVO, de policiamento comunitário, e que vai por gasolina no tanque dos carros dos policiais. Só esqueceu de dizer se os telefones celulares do projeto para os quais o cidadão que precisava da polícia em seu governo vão funcionar, ou continuarão forá da área de serviço ou desligados, como aconteceu na época.

Questão de gênero
A candidata do PT, Gleisi Hoffmann, dedicou o programa de segunda-feira à noite às mulheres. Prometeu criar a Patrulha Maria da Penha, para combater a violência contra elas. E comparando a senadora paranaense à Dilma, disse que já é hora do Estado ter uma mulher no governo.

Big brother
O governador Beto Richa (PSDB) prometeu, como grande novidade de seu programa para a área de segurança, a implantação do projeto Vigia – sistema de monitoramento em vídeo usado segundo ele pela polícia de Nova York e que no Brasil teria semelhante somente em Curitiba e São Paulo. Segundo o tucano, com tempo todas as câmeras da cidade, mesmo de empresas privadas, vão entrar no sistema.

Contaminação
Mesmo com o candidato à presidência em queda livre nas pesquisas, Richa insistiu em veicular depoimento de Aécio Neves pedindo votos para ele no final do programa. Tem aliado do governador já torcendo para que Richa esqueça a disputa federal, para evitar que o senador mineiro acabe puxando ele para baixo no Estado.

Tá certo
Ricardo Gomyde (PCdoB) usou o horário eleitoral para criticar o horário eleitoral. No que deve ter recebido a concordância da maioria da audiência.