PAULO PEIXOTO BELO HORIZONTE, MG – Em meio a dificuldades para conseguir reduzir a diferença em intenções de votos e se aproximar do PT na disputa pelo governo de Minas, a campanha de Pimenta da Veiga (PSDB) promoveu uma ampla dispensa de pessoal nesta semana. O corte atingiu principalmente cabos eleitorais que trabalhavam em ações de rua, como panfletagem e organização de cavaletes. Mas outros profissionais, como fotógrafos, foram desligados após não aceitarem redução de honorários. Ninguém no comitê de Pimenta da Veiga apresentou o número de dispensas. A reportagem apurou que foram mais de 500 cortes. Outros fotógrafos serão contratados, mas a preços mais condizentes com a realidade financeira da campanha. Em entrevista, o candidato tucano reconheceu os desligamentos, mas não citou números. “Eu não sei o número, não acredito em muitas demissões. Acredito muito mais em realocação de pessoas”, disse. O termo “realocação” se tornou usual no comitê diante de questionamentos sobre os cortes na campanha. Assessores mencionavam, por exemplo, a “realocação” de pessoal da panfletagem de um comitê regional para outro. O PSDB estimou arrecadar R$ 60 milhões na campanha em Minas, mas está ainda muito longe de chegar a metade desse total. Há quem fale em apenas 20%. Pimenta, contudo, amenizou a questão: “O fluxo financeiro é normal. Nós não temos o que festejar nem o que reclamar.” Em 2010, quando o PSDB reelegeu o ex-governador Antonio Anastasia, hoje candidato ao Senado, o partido gastou R$ 38 milhões – 58% a menos do que estimou agora. Pelo lado do PT, a arrecadação esperada não será atingida. O PT orçou a campanha de Pimentel em R$ 40 milhões. As estimativas apresentadas atualmente dão conta de valores não muito superiores a R$ 20 milhões. Como essa dificuldade financeira foi percebida desde o começo da disputa, a campanha petista pôs o pé no freio no primeiro momento e somente na semana passada liberou mais material de campanha.