As hérnias mais comuns são aquelas que se localizam na região inguinal ou virilha. Depois vêm as hérnias que ocorrem no umbigo e as incisionais que aparecem no local de uma cirurgia. A patologia é muito frequente: 25% dos homens apresentarão hérnia inguinal ao longo da vida; 5% a 10% da população também pode apresentar hérnia no umbigo ou após a realização de alguma cirurgia.

O médico Christiano Claus, do Instituto Jacques Perissat (IJP), clínica de Curitiba, lembra inclusive que as hérnias abdominais são uma das causas mais comuns de indicações cirúrgicas em todo o mundo. De acordo com o cirurgião, os principais fatores de risco para a hérnia são idade que causa enfraquecimento dos tecidos; e situações que aumentem a pressão intra-abdominal como gestação e obesidade. Além disso, os homens são um grupo de risco para hérnia inguinal, uma vez que apresentam uma fraqueza nesta região mais importante que as mulheres’, observa.

Cada vez mais técnicas laparoscópicas têm sido indicadas para a correção cirúrgica de diversos tipos de hérnias abdominais porque permitem a recuperação mais rápida do paciente, além de estarem associadas a menor risco de complicações. Tradicionalmente, o procedimento operatório mais empregado é a cirurgia aberta, na qual se coloca uma tela para reforçar a musculatura e reduzir a reincidência do problema. Claus explica que a tendência atual e crescente na medicina cirúrgica é utilizar formas de tratamento menos agressivas em muitos tipos de doenças e citou como exemplo as cirurgias para retirada da vesícula e para obesidade.

A parede do abdome é formada em quase toda sua extensão por músculos, esclarece Claus. Existem alguns pontos de fraqueza nesta parede muscular, como a região umbilical e inguinal, que pode se transformar em verdadeiros buracos ou orifícios, formando as hérnias. Por esses defeitos podem passar os órgãos intra-abdominais. Os pacientes com hérnia normalmente apresentam um abaulamento no local da hérnia associado à dor ou desconforto local. Além destes sintomas, existe risco de estrangulamento de algum órgão, geralmente o intestino. Esta é uma situação de emergência e com complicações graves, e requer correção cirúrgica imediata, explica. Por estes motivos, todo paciente que apresenta suspeita de hérnia deve procurar um cirurgião e, em geral, realizar o procedimento de forma eletiva.

Claus destaca que a cirurgia de hérnia é um assunto que ficou “esquecido” por muitos anos até mesmo em congressos médicos. No entanto, com os novos conceitos e modalidades de tratamento se tornou um tema muito atrativo no cenário cirúrgico. Ele destaca que as técnicas abertas ainda se prestam para algumas situações como nas hérnias de grande volume. A necessidade de amplas reconstruções da parede abdominal ainda exige grandes incisões. Porém, estas são exceções. A maioria das hérnias pode ser tratada por laparoscopia. Sem dúvida, os pacientes se beneficiam das técnicas mini-invasivas. Menos dor, menor tempo de recuperação, retorno mais precoce às atividades e melhor resultado estéticos são algumas das vantagens em relação às técnicas convencionais enfatiza