Não será por falta de debates que o pleito para a governança não fluirá. Ao contrário. Os principais candidatos, com a devida licença dos figurantes tudo gente boa, vão deitar e rolar, nunca viram tanto tempo à disposição. Tiremos desse foco a publicidade governamental, aqui e em toda parte muito usada, mas sem boa aplicação. Há alguns anos esperava-se o debate com ansiedade. Por parte do eleitor, claro. Já pelos candidatos reinava o nervosismo. Como agora para manter a rotina.
A Band inaugurou a série. Vamos então para as outras, todas do assim sem pedir licença tendo em vista o pleno consentimento eleitoral. Mas o que sobra, pergunta-se e já se responde: nada. Os debates surgiram para que o candidato apresentasse o seu programa a ser executado no decorrer do mandato, nunca contando o possível fundo ou porque não existia ou porque seria temeroso contar desde além de um bom governo uma boa reeleição. Nada disso. O que nós eleitores queríamos, na verdade ainda queremos, e que se fale da Saúde, da Educação, da Segurança e de tantos outros setores eu nos afligem há anos.
As emissoras de televisão, as rádios, as entidades que promovem debates ou exposições, poderiam na verdade era conduzir as conversações para o setor de produtividade. Dia-a-dia ou noite a dentro o que se vê até a saída dos jornais é uma infindável serie de acontecimentos que machucam o ouvinte e o leitor. As filas na saúde quando acabam tendo sucesso, as matriculas na educação quando a família reza unida na noite fria e na fila desgastante. Já a segurança ganhou definitivamente outro status – o de socorro imediato se possível.
Não se aplaude, mas é visível certa indiferença que se vê nas auto idades quando se mostra vestígios de crime de toda ordem. Há casos em que a Polícia é a última a saber e as queixas se avolumam nas Delegacias, todas incapazes de resolver tranqüilamente os problemas, fato não tão novo mas digno de registro pelo costumeiro repetir dos mesmos crimes e dos mesmos abusos, contra mulher e contra crianças. A juventude e os idosos, os homens comuns, de preferência pobres, enfim, toda a sociedade.
Não há privilégios para Estados. Não se briga pelo campeonato. Mas é difícil entender que martelando sempre na mesma tecla, não se alcancem os governantes, de todos os partidos, de todas as origens que estão repetindo agora o que já disseram há quatro anos que, por sua vez é a repetição dos quatro anteriores. Martelar nisso pode até ser provocar os dirigentes, chatear os leitores, mas se existir uma maneira mais eficaz de se abordar esse tema da violência e da segurança, que se espalhe, nem que seja à boca pequena, de como se dar esperança ao nosso povo. Na verdade, a nós mesmo. Analistas e observadores.

Ayrton Baptista é jornalista